quinta-feira, 12 de setembro de 2013

METAMORFOSE

À hora marcada já a ilusão estava sentada
Galanteadora aprumada
À espera de um beijo

Adiantou-se à hora prevista
e sem avisar de forma nada calculista
antecipou-se ao tic-tac dos ponteiros

Fintou a ponderação e partiu o gelo
Assumindo sem receio e com todo o devaneio
a imprevisibilidade que adoça num zás

E beijou molhado
Brindou os olhos ao escuro
A noite efervesceu na barriga
Entregando-se o desejo até às entranhas
Crédulo na metamorfose do seu corpo nu

Um dia...
Ganhará asas
Haverá fé que voa
Flores que adocicam
e dias que não entardecem o sonho colorido

De andar entorpecido
há um velho que se arrasta
Gastando o seu corpo envelhecido
ao ver tudo isto diluído
pelo que ali se passa
Num borboletear cintilante de uma borboleta
E pensa...

Terei eu adiado a minha dança
quando a esperança faz gazeta com a realidade

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