segunda-feira, 28 de agosto de 2017

SEDE DE TI



Ao sabor da tua boca, eu já me perdi
Eu já me realizei
Eu já me rendi
Eu já matei a sede
Eu já fui ao fundo de mim
Eu já me senti mais homem
Eu já venci
Eu já me contagiei
Eu já sofri
Eu já quis entender-te
Eu já me iludi
Eu já me abriguei
Eu já me destingui
Eu já viajei no escuro
Eu já cresci
E assim longe de ti, todos os dias me convenço...

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O ENCLAVE DA DIRECÇÃO

Não interessa a direcção nem os caminhos, o
que fica para a história são os destinos e a obra que no tempo, e a tempo, foi edificada.

Semeia para colher
Corre para chegar
Trabalha para comer
E...
Sonha para haver arte

Em toda a parte à de haver sempre maneiras de cruzar fronteiras e romper possibilidades.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

INCOMPLETO



Tudo o que deixas escapar acaba por encontrar um outro lugar, distante, de um passado sonhado e tão  entusiasticamente vivido.

Quantas histórias não viste tu, a passar diante ti? Sem que te desses conta que tudo um dia iria ruir, desmorenar, enfim... Sair desse lugar.
Podendo fugir ou quem sabe até afastar-se deste instante, em que confiante, depositavas o teu descanso fechando os olhos ao mundo.

Quantas noites acordado te sentiste um vagabundo por não reconhecer um erro?
Refugiando - te depois teimoso nessa tua outra dimensão, nesse teu alter ego, com que te anulas-te ao permanecer firme e prepotente, valorizando fugazes histórias recentes,
ignorando o teu sentimento, desprezando a razão, lá de dentro. Lá do fundo.

(...)

PS
Por acabar...ou quem sabe talvez não

domingo, 13 de agosto de 2017

SILÊNCIO DAS MADRUGADAS



Toda a magia nasce e cresce nos silêncios,
até que,
iquietos pensamentos a tentem moldar
e repercutir  nas palavras.

Foi assim,
 em todas as jornadas da nossa ida...

Quantas fabulas não foram mais que histórias inventadas ao silêncio?
Esse espaço amplo e pereferico do momento
que não se quis personificar.

Quantos silêncios nas madrugadas ficaram por contar?
Ecriptados sob olhares e espasmos,
ou mesmo orgasmos...
Que romperam o silêncio para depois,
 serenos,
se moldarem arrefecidos nos corpos de peles já frias.

Quantas arritmias silenciosas irás ter tu que provar?
Antes de te declarares sem pejo nem pudor,
o que até então foi só tristeza e muita dor.
Um receio enorme de confessar o silêncio que te amarrotou sem que,
te insufla-se a fundo o peito...
De um  ar que te carecia tanto.

Foi assim em todas as jornadas da nossa ida
Será seguramente também assim,
 todos os dias,
para sempre...
Até entregarmos o silêncio
deliberadamente
de mão beijada.
Eu tu e os silêncios por detrás das palavras


Daqui...
Ainda te observo em silêncio.

sábado, 12 de agosto de 2017

MULHER

Que formas são essas as tuas mulher ?
Que por onde passas deformas tudo.
Que atributos são esses os teus mulher ?
Que nos equivocam o pensamento e nos afogam a compreensão...

Que traço é esse o teu mulher ?
Que no teu porte fazes sonhar o mundo.
Que curvas são essas as tuas mulher?
Que nos dão tanto prazer, mesmo que tocada na quimera de um sonho.

Que elegância  é essa a tua mulher?
Benditos sejam aqueles que  te conceberam a equanimidade no teu porte.
Que beleza é essa a tua mulher ?
Que te harmoniza o norte e te aponta a sorte quando a arte faz parte do caudal da tua atitude.

Já te sentiste realmente mulher?
Já sentiste o poder de ser, imensamente feminina?
Se sim, então sorri...
E não percas esse encanto, esse teu jeito doce de ser menina. Que sonha, que brinca e que se enternece com os pormenores,  a cada sílaba...
Sempre que alguém se precepita instantaneamente, adivinhando o teu momento ao abrir - te uma porta

P.S.
Todos os adjectivos por mais que repetidos para elogiar uma mulher serão sempre poucos e tremendamente justificáveis




terça-feira, 8 de agosto de 2017

DIALECTO DO MOVIMENTO

Quando o olhar é perdido
Há tanta coisa que faz sentido, mesmo que a um palmo da cara a errância te diga que não...

Um beijo roubado a um desconhecido, por exemplo, de certo sem se saber se é totalmente conrespondido, pode até não ser o tão sonhado e querido beijo, mas agora já não vale a pena conjecturar, o que interessa no momento é o desejo, é a excitação.
Um acordar sem se importar com o dia de amanhã, sem dosear a comida e muito menos a bebida pois em torno da satisfação o que interessa é a ousadia, esse estado de folia e dormência, que abastece sem te penitenciares em torno da aparência, ou, de uma razão que te reprima.
Uma ida ao fundo do poço, de uma mina, ao escuro do devaneio. Com a coragem guerreira e resiliente de um Mineiro, que parte pedra da pedra, até da rocha brilhar a cinza.
Uma fome de comer o prazer à desgarrada, de lambuzar o mais recondido dos poros da carne, sem evitar o impulso de uma boa lambada. Que sabe tão bem desferir e tatuar essa dor, quando a marca de uma mão consegue profanar o ardor, do murmurio até à última sílaba.

Quando te perdes no olhar, o mais fácil de certo é deixares-te levar, contudo o difícil será entender e admitir, o que seria de ti, se não te deixasses envolver por essa linguagem tão doce e cristalina.

Se a verdade dos teu movimentos de tão sincronizados já não te oferecem qualquer tipo de dúvidas, quando te perdes no olhar o importante também é acreditar "nesse mesmo movimento" sem derrapar num pessimismo do pensamento, que possa nubelar e te entropecer o dialecto da acção.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

PLANETA DOS MACACOS



Andar de cabeça levantada pode não ser o futuro,
pode nem nos levar ao destino,
enquanto a evolução da espécie tiver a postura primáta de um homem, 
e não a de um menino 
que procura em cada estímulo, 
o equanime sentido a dar à  direcção

O que faz de nós homens melhores é reconhecermos que ainda há espaço para ser um pouco mais alguém...
Mesmo que ninguém se junte à causa e te ouvacione no caminho,
ao longo dessa estrada.


terça-feira, 1 de agosto de 2017

REFÉM DAS PALAVRAS

Sou refém das palavras.
Das formas não verbais inertes, inenarráveis, espalhadas ao longo deste meu intelecto, abandonadas...
Com esperança de se conjugarem no seu devido tempo.

Refém de palavras eu sou.
Das frases arremessadas ao acaso, das ideias costuradas ao redor de mil parágrafos.
Dos textos lidos, relidos e alguns deles até ouvidos e invejados, habilmente escritos na prosa do dialecto, de alguém que as invocou. 

Enfim e a sós comigo eu aqui vos digo e admito mais uma vez refém das palavras. Sobretudo daquelas que omissas ficaram por falar. Palavras toscas, palavras azedas, palavras abafadas por se destapar, palavras que engasgadas expiraram a sua validade em algum momento em que se esperava muito mais da voz do que a ignorância atroz, que em mim, enfim, as calou.

Refém das palavras, admito, eu sou!