sexta-feira, 31 de outubro de 2014

HALLOWEEN




Se tens pelo na verruga
Não corta! 
Se acordaste com o cabelo oleoso
Não o laves!
Se tens olheiras até ao pescoço...
Não te preocupes nem te apoquentes
Não ponhas "aquela" base
Hoje a noite espera por ti
Bruxa que é bruxa usa fio dental, para que nas curvas a  vassoura não derrape 

ZEN

Ao olhar cada instante apercebo-me que não tenho amplitude para conferir ás retinas ilusão capaz de traduzir um concreto momento
Ainda que tente em camara lenta esmiuçar por palavras ficções que me parecem clarividentes
Na realidade tudo o que os meus olhos vêm são espaços na periferia de um instante
E todos os instantes ainda que periféricos são sentidos entusiasticamente...
No inquietar de um alma que se adivinha

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

BROTAR

Um deus que se endeusa não é um deus
Nem o homem é um ser quando se alheia da terra por crer
que em algum lugar existe um entendimento capaz de lhe conferir razão no domínio de um todo
Simbólicos são os dias quando por alegorias acordas pra vida
Sinceros são os momentos quando despertos e atentos dás razão à imensidão libertina do prazer

Perdou-me constantemente quando olho indiferente para um passado que ao longe valorizei
E desejo-me  insistente sempre que presente sou referência na dimensão imensa de um sorriso de alguém

Válidos são os pensamentos quando presentes ramificam distintos a nobreza dos gestos



sábado, 25 de outubro de 2014

ESPAÇO OCULAR

"Gosto de ti"
Rompi assim o silêncio, inesperadamente...        
E olhei-te perfundamente como quem se ajeita ao milímetro para caber no espaço das tuas retinas  
"Daqui até ao céu. .. da tua boca "
Sorriste para mim selando-me em teus lábios para que a tempestade imensa num beijo se manifestasse em desejo, de tocar os abismos mais profundos
E trancamo-nos no olhar a transbordar de prazer
Arrastados pela fúria das nossas mãos fomos arremeçados para uma quinta dimensão onde o concreto e a ilusão se irmanam recreando ao redor uma bolha, onde o sentido é tido sempre que por dentro nos tocamos tão fundo
Emergimos e viemos à tona...
Abrindo os olhos e lá estávamos nós
Concretos e precisos
Geometricamente delineados no foco dimensional de umas retinas

terça-feira, 21 de outubro de 2014

VERGONHA

O silêncio é sempre um ruído que sibila...

Se no ping-pong da conversa
um repente deixar sonorizar apenas um ping
parte em busca do pong
Se do outro lado da rede há uma resposta que te apraz

Arrogantes são os juizos quando imprecisas são as estruturas

O silêncio é sempre um ruído que sibila
num pensamento envergonhado



sábado, 18 de outubro de 2014

VAMOS BRINCAR?

Vou-te propor uma viagem...
Uma viagem onde só tu tens que ir, tal como todas as viagens, em que transportas  na bagagem a solução
Caso aceites concentrate e apaga tudo o que tiver à margem do que aqui é escrito
Estás pronto?
A visão periférica é para ser treinada na vida lá fora, no aqui e agora o teu foco são palavras apenas que se desmultiplicam... São frases que te acariciam as ideias
É o poder de acreditar quando o nexo alcança o oásis ambicionado
É a mulher que se sonha a acordar ao nosso lado
É a viagem da fé que na prática encontra a entidade divina
Caso tenhas vindo até aqui aperta-me bem a mão e vem. Como quem acredita no colo de uma mãe e salta comigo para o espaço onde ambos somos particulas que a gravidade nos tem distanciado
Ves lá ao fundo uma luz ?
É o começo de uma ordem.
Se não há pressa para cumpri-lo vamos então brincar, para que um cumprimento  seja sempre distância neste espaço onde somos o universo das escolhas
Fico contente por olhar para ti e não te ver fugir.
Sabes que depois daquela chama a fuga é o escape da espécie que inflama, tudo foge.
Os dias correm, as horas acabam por se escapar por entre a sonolência d um acordar e um sonho contido. O vento venta para se escapulir, os seres correm para se esconder, para fugir, a vida foge da morte, e até há quem busque a sorte com a morte daqueles perecem
Tudo é tão fugidio que aqui no espaço em branco vazio tu e eu podemos ser aquilo que bem entermos...
Basta para isso haver cooperação das mãos, basta provocarmos os sonhos que afagam o sorriso, basta sermos precisos para não nos atrasarmos.
"É tão bom ser ser criança !"    
Dizes-me tu
Olho para ti e sorrio e aproveitando o embalo e respondo-te
"A criança nunca morre cá dentro, o que cresce em nós são os lamentos e uma crescente vergonha de brincar á séria "  
Demos as mãos, acreditando nos elos que nos gavinhavam os dedos e rodopiamos.
Procuramos as estrelas que habitam no território das tonturas
Vimos luas e cometas no girar de dois corpos que se provocam de emoção e cansados acabamos por cair. Caimos num riso tão profundo que gargalhamos este e o outro mundo.
Somos loucos, dizem os apredizes de gente, somos loucos porque gargalhamos de algo que eles não entendem, manifestamos alegria que não contempla a lógica e então chamam-nos de loucos
Aos poucos criei este espaço onde adultos se fazem crianças quando descomplexados se vão dando as mãos. Onde gente crescida se deixa contagiar pelo ficção, porque no fundo todos eles vivem um faz de conta nas entranhas de uma ilusão
Vamos brincar ?
Vamos sair para a rua sem nos olharmos ao espelho ?
Vamos sonhar, e vivermos a existência sem necessidade de ser velho ?
Aproveitando cada momento para brindar o movimento que não pára no inebriante de criança que alegremete tem esperança de haver liberdade sempre que distraida se solta num espreguiço sem se importar

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

NA CASA DOS SONHOS

"E que tal dar uma pista ?"                                        
Deixou ele a pergunta no ar,
momentos antes de abalar e bater com a porta da rua
"Vou ali e já venho... "
Fociferou mais uma vez para a casa vazia,
como sempre o fazia antes de abraçar o alvoroço da cidade
"Mas se "ojávenho" não me trouxer, fica descansada"
"Seguramente é porque "oali" lá fora, estará muito melhor..."  
E trancava a porta de casa como quem guarda no cofre um segredo,
dos mais previsíveis
 Se um enredo tiver um bom argumento
Os dias serão melodias e as saudades empatias de maravilhosos momentos
Tatuou um dia este rapaz... Rapaz ? Sim rapaz, porque este homem não se permitia comer da apatia dos outros!... estas palavras na pele
Para que o corpo nunca se esquecesse que para sair de si é preciso saltar a fronteira da carne para provar dos sentimentos
E todos os dias voltava para casa com novas histórias    
Muitas delas banais e esquecidas para serem contadas
Mas todas elas emergidas e ampliadas no fofo do algodão de uma nuvem onde deliberados eram guardados os seus sonhos

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

NO OLHAR DAS MARGENS

O tempo que não vivemos hoje
já mais voltará a ser o tempo que nos quisemos

Motivámo-nos enternecidos pelo toque
Saudámos o pensamento de bravura
Conquistámos a moralidade até ao limiar da loucura
E respiramos fundo
sempre que distantes duas almas se marginalizaram

O tempo que não vivemos hoje
já mais voltará a ser o tempo que nos quisemos

Há palavras que me dizem tanto e no entanto são um mero sentido...  
Há distâncias que só são distantes por não haverem retido
a paixão na métrica dos beijos

O tempo que nos quisemos
já mais voltará a ter a mesma dormência
por entre a insistência de duas margens que de longe se avistam

Talvez por isso haja hoje numa das margens de um rio
aquela inóspita, a que não prospera e que no sempre se definha

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ALERTA VERMELHO

Para quê alertas amarelos de meteorologia                        
ou alertas laranjas de ultima hora
Se aqui "no agora"
o que há por fazer é tão alerta vemelho

"Coincidiu tudo com a praia-mar (maré cheia)"
Assegurou um politico da nossa praça, que andava a fazer campanha.
P***************que vos pariu!
O que coincidiu, foi haver chuva que só varre as ruas
e não haver maré que vos arraste e arranque de vez
da mama da insensatez
Por andarem à mais de uma década a abocanharem a ignorância de quem vos confere soberania
Quando chegar o Inverno e tiver maré vazia (baixa-mar)
Eu quero ver...
Quais são "os ratos" onde coincidem as vossas desculpas

Haja miséria na terra, para que a ignorância de um povo seja sempre bem nutrida

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

FORMAS






Na união

não existem formatos para as formas 

O que existe são almas que se aninham