sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Inspiração


Abro as janelas e escancaro portas
Deixo a corrente de ar me roçar
Sento-me no ponto mais intenso do sopro
E sinto o vento encanado me chicotear pela inspiração

Estico-me em tentáculos de anémona
Filtrando as partículas da aragem que me alimentam a derme
Materializo o fluido construindo pontes de sentido
Para que nem as regras nem as normas me rasteirem o rumo incerto

Respiro fundo pensamentos,
Passeio entre doutrinas,
Vagueio sob sistemas,
Sonho com fantasias,
Germino ideias,
Solto recordações...´

A pedra é rocha quando a areia já não se integra

O que os outros possam julgar ser um dom
não é mais que letras em cima de palavras
De mesmices que repercutem da turba...
Lá fora

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Hino


Gostava de escrever uma canção
Á laia de hino nacional
A canção em que o sentimento vem antes da palavra...
E da melodia
Uma musica que não induza
mas que encante
Capaz de ancorar os sonhos que jazem nos caracóis de uma criança

Carrego na letra na esperança
de sacudir as almas
Limpar o pó dos fogos de verão
Semear a esperança que a idade sonega
Entregar a confiança que escapou no orvalho de folhas mal nutridas
E operar no espírito a arte que ecoa

Tenho a vontade de converter a tinta em cânticos
Adestrar num grito...
A espontaneidade
Trauteada ao ritmo de um pulso firme
De um bombear intravenoso
Capaz de romper gargantas
e de fechar os olhos a uma qualquer crença

Desejo escrever a canção
Espalhar no ar a musica que incita
Esticar o sorriso á melancolia
Roubar a quem governa,
os juros das migalhas da vida
E ser o pão que alimenta
os recantos dos cantos que tu nem ousas saber