INESTIMÁVEL

Tudo o que não tem preço
é onde mora o caminho
É lá que busco o destino
Essa é a minha vaga...

Tudo o que não tem preço
é inenarrável num glossário
É palavra que não vem no dicionário
É explicação debotada de cor

Tudo o que não tem preço
são produtos de marca registada
São simplicidades que de simples não cabem um quase nada
São momentos iniguláveis na vibração das sensações

Tudo o que não tem preço
nunca terá um começo nem um fim
Não tem o necessário de ser para ti o bom para mim
Nem tem uma ovação no final de cada acto

Tudo o que não tem preço
quantifica-se sem se manifestar
Valoriza-se sem se propagandear
Ganhando formas na passada de um sorriso
Sempre que imprecisos são os gesto que inebriam

TEIMOSIA

A culpa é sempre uma desculpa daquele que se corrói na teimosia
A apatia essa, é sempre tão insana
Como insanos são os momentos que desprezamos
Indiferentes a uma carência que se chora
A um gesto ambicionado que se implora ...
No vagar da atenção que se carece

UMA NOVA ESTAÇÃO

Um dia quando o meu abraço já for fraco e lasso para te apertar
E no peito a saudade se manifeste nos teus olhos
para te atentar
Fecha bem as palpebras ao escuro
Para me afagares
Ao regaço a onde um dia me edifiquei

Há sempre um "mas" que nos faz falta
Há sempre uma réstia de esperança escondida
Há sempre uma partida, na lembrança que nos devora
E há sempre o inevitável da chegada da hora...
A cada despedida

THE WINNER

Para ser um vencedor há que entender todo o percurso da dor

Há que alimentar os olhos ao sal
Há que perceber que afinal o que motiva
É a perenidade da batalha

Motivação é a razão do foco
Competência é a persistência no acto
Dom é o tom no deliberado de um gesto
E o rigor é o amor com que a entrega se abraça á causa

Para ser um vencedor não basta só acreditar
Mas sim não esquecer!

Que a entrega é uma constante da viagem
E que os sonhos e a esperança
abastecem a lembrança
Ininterrupta de haver alcançar

DÁDIVA

Que a loucura da dádiva seja no sempre insana

bem como insanos sejamos nós, na nossa loucura...

ESTATÍSTICAS

As estatísticas são tão estáticas

São tão mudas
Tão parcas
De preverem um acontecer
Quando um amanhã, é tão fora das emoções
As estatísticas nunca adivinharam um Futuro
Quanto muito persuadiram o homem inseguro
a perfilar-se diante de um X
Prestando vassalagem á incógnita
A uma conjectura...

Não me prevejas na estrada
Não me compares o ontem a um depois
Não me sugiras ventos nem me digas nada
Pois o caminho para ser destino
precisa de se isentar das frustrações

O que seria do amanhã
se houvesse  um déjà vu para lá de todas as esquinas ?
O que seria de nós
sabendo a prescrição para a nossa causa ?
O que seria do sonho
se treinados ou teatrais o compuséssemos ?
O que seria da dúvida
se a incógnita de um X fosse solução dentro de um léxico?
O que seria da dor se não houvesse rancor para chorar um sorriso ?

Serias tu Futuro se o entardecer de haver no escuro, fosse a solução para mais um dia ?