segunda-feira, 21 de março de 2016

BUCÓLICO

Da inércia à acção
Do concreto à imaginação
Há um fogo que nos devora
Da justiça ao acertado
Da desculpa ao errado
Há um vento que nos alimenta a chama
Da paixão ao amor
Do frio ao calor
Há uma razão onde moram as emoções
Da fome ao sustento
Do arrepio ao alimento
Há sempre um tempo
Há sempre um novo dia
Há sempre um momento em que a demagogia entorpece...
E o que fica, fica e cresce
Entranhado a um corpo cansado por se debater

sábado, 19 de março de 2016

EMOÇÕES




O interesse não é interessante
O interesse só por si não sorri
O interesse só se potencia e é relevante
quando espectante é o alivio de uma fraqueza
que se enobrece dentro de ti

quarta-feira, 16 de março de 2016

PRECONCEITO

Vai atrás dos receios!
Impõe a tua voz ao pensamento.
São mais os caminhos que ficam do que aqueles que te levam a quaquer lugar.
Não tenhas receios de voltar a fazer,
não tenhas medo de voltar a tentar.
Nunca foi desprestigiante concertar um erro.
Volta sempre se houver vontande de o emendar.
Não te vergues à frustração.
Começar de novo pode até bem ser a opção mais correcta.
Há vinhos que esquecidos se tornam apetecidos e venerados das suas colheitas de então.
Há sempre uma volta a dar para remediar o que ficou para trás.
Tudo depende unicamente de ti, porque razão se vive com um não na incerteza de se recear um sim?
Vamos fazer de novo ou vamos fingir que somos capazes de assumir, sem processar nem admitir o primeiro passo à direcção?

terça-feira, 15 de março de 2016

AMBÍGUO




O erro erra em mim com tanta verdade
que eu já nem sei...
Se sou
na realidade alguém 
Ou se for
então apenas serei,
um homem a fugir de tanta contrariedade

sábado, 12 de março de 2016

UM GOSTAR OPTIMISTA

A maior loucura do homem é amar
É gostar tanto, tanto, tanto
e no entanto, não se fartar !
É gostar das formas
Das protuberâncias
Dos cutovelos
E até dos pêlos
É viajar constantemente
numa onda delirante de apelos
E mesmo sem ser conrespondido, assim ficar
Ficar só por haver
Ficar mesmo que a perecer
Ficar só por se amar
Àh como eu gostava só de gostar
Só de fingir
Só de provar
Sem me dar conta
Sem me deixar acanhar pelo que me amedronta
E apenas me deixar levar, se no final das contas
houvesses tu e o luar, para me cingir

Àh como eu gostava só de gostar...

quarta-feira, 2 de março de 2016

INTUIÇÃO

Quem nunca sentiu um aperto no peito ?
Um queixume
Um arrepio
Um pressentimento...
Capaz de devastar o que era tão certo por dentro.
Um amor
Uma paixão
Um frio
A nublar o azul de cinzento
Um receio
Um ardor
Uma moinha
Quem nunca se sentiu frágil nesses trémulos momentos?
A perscrutar a sinfonia de um pingo a afiar a estalactite do medo.
A bizarra contrariedade a antecipar,
um sofrer mais cedo.
Telepatia imoral de um instinto carnal tão devasso e pecador.
Quem nunca andou ao sabor desse vento?
Quem nunca violou um risco ao pensamento?
Quem nunca se enrolou num sexto sentido,
mesmo sem nunca ter sido, necessáriamente mulher?