domingo, 27 de dezembro de 2020

MUNDO DA ILUSÃO



Trago em mim clandestinas utopias, sonhos atropelados, paralíticos, mudos, abstratos, pensamentos turvos, tímidos, procrastinadamente calados à espera de serem resgatados por uma memória que não precisa de uma história propriamente rica, para um dia se permitir a serem revelados.

Conservo esta inválida esperança dentro da lembrança de anciar a manifestação do mais agudo dos gritos. Uma raiva prisioneira a bailar sem se importar com os desígnios do tempo.
Um acerto aflitivo a impulsionar a direção das extremidades de em cada momento, haver gestos capazes de dar arte à dor...

Talvez por rimar, ou talvez não, escondo-me no amor, num mundo da ilusão, como quem precisa de um amparo para se equilibrar no foco da razão para que a motivação não se lamurie em vão sob um qualquer obstáculo, 
e a religião desta minha fé me ilumine e nunca se apague.
Como uma fagulha,  inepterrupta, corajosa e atrevida que perpetua a sua luta de não se apagar num fogo de à décadas já extinto

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

MÃO NA MÃO


Exigimos demais ao amor!

Exigimos atenção, sorrisos, amizade, mão na mão, cumplicidade, compromisso, os mesmos sonhos...
Será que somos assim tão perfeitos para exigimos tanto?
Porque não exigir de menos da pessoa amada? Afinal é ela quem nos ilumina a cidade, dando sentido aos nossos passos na estrada, ajudando-nos a deixar para trás as agruras das ruas escuras, onde a angústia e a solidão brincavam até às tantas da noite à cabra cega.

As exigências fazem parte de nós, eu bem sei, mas calculo que aqueles que exigem de mais do amor é porque procastinam demais consigo mesmo. Culpando o seu companheiro por não ser o par perfeito na tentativa de ocultar a sua inoperância, ao não alcançar os seus próprios objectivos, espelhando no próximo a razão da sua insatisfação.
Contudo esquecem-se que é na imperfeição que mora a verdadeira satisfação de um viver, pois gente perfeita não traz histórias hilariantes para contar nem experiências de vida impactantes para a menina do olho inchar e a fazer crescer.

O amor é como o dia que nada exige, 
apenas nos chama para acordarmos sem pressa,
 e nele deixarmos fluir os gestos...
 Até nos envolvermos às sílabas de uma história 

Será mesmo amor o sentimento quando há exigências?