Vai haver um dia em que toda a gente te vai acenar com a mão...
Com tudo nunca irás perceber qual foi esse preciso dia.
Aliás nunca irás sequer querer saber e, sair dessa sonolência.
Depois desse dia viram outros, e mais outros, em que o aceno das mãos iram diminuir.
Vai passar uma década até admires que sim, que já não olham para ti com a mesma admiração e sorrisos com que te olhavam antigamente.
Talvez tenhas envelhecido ou talvez te tenhas ausentado mais do que é devido, da validade da consideração.
Respirar fundo agora, não chega, para suprimir todo este vazio.
Amigos que não ficaram, por esta ou por aquela razão.
Namoros que não vingaram porque, afinal de contas o amor não se apunhala nem se vinga. Foram apenas paixões que não tiveram energia para inflamar o arrepio da motivação.
Oportunidades e experiências perdidas foram-se dissipando numa década de exageros e de alguma falta de atenção.
Admitir o vazio é uma coisa, outra é viver no vazio com falta de sonhos.
Mais do que estudar e delinear o caminho e fazer-se à estrada, superando os limites e imprevistos, há agora que, juntar os cacos e pacientemente compor as peças, para que um fio condutor, há muito construído de sentido não exploda, desorganizando ainda mais as imagens que ficaram inacabadas pela inoperância do destino face ao desatino de uma vida sem direção.
O tempo, muito embora na métrica pareça todo ele igual mas que na prática só é realmente igual, se apenas o respirarmos e não o vivermos.
