sexta-feira, 29 de agosto de 2014

ENSADECIDO





Quem se premeia com loucura
concede-se sem escrevatura 
de sistemas
e de fugazes momentos


Todos os extremos são insanos
Todo o insano é quase que um todo
E o todo...
Quando completo é utópico
Na coragem entanguecida da razão

terça-feira, 26 de agosto de 2014

MORALIDADE RELUTANTE

A causa da moralidade é tão caótica e tão demente,
que o homem chega a matar sem acreditar piamente naquilo que sente
Escravizando-se desmensuradamente
com democracias ou em qualquer outro tipo de demagogias que lhe confiram sustento...
Para aparar tanta loucura.
A religião mata cruelmente
Politicas torturam até ás entranhas
Filosofias decapitam mentecaptos
E o homem blasfema da teta se a mama já não alimenta... Seca e pervertida de tanto abocanhar

Em tempos a Religião edificou-se para assumir a moralidade.
Filósofos e pensadores refinaram a sua essência.
Mudaram-se os tempos e vieram as politicas para gerenciar (desgovernar) um patrimónieo publico

Os costumes só são hábitos se os acostumares ao logo da posterioridade      

Ainda que não haja fita métrica para medir a unanimidade do ridículo.
Nem fé capaz de assegurar clemência na demente religião
O que prevelecem são as atrocidades
Quase sempre capazes para vandalizar com justiça o benevolente dos cidadãos

Tudo o que inventámos para esconder os nossos medos são hoje casas edificadas ao longo da vasta periferia...

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

TOQUE

O banal é um ritual tão romântico na vida
entrelaçada da paixão
Que o coração viaja sem tirar os pés do chão  
Sempre que em uma das palmas da minha mão
há a singularidade de haver uma das tuas...

Nunca é preciso dizer mais nada quando o nada já é tanto!
Que "Nadar" pode ser imenso, para que tudo faça sentido

terça-feira, 19 de agosto de 2014

ILUSÕES

A percepção de um olhar nunca é senão um
divagar, daquilo que  precisas  de ti.
Da mesma forma que um tinto só tem o travo do melhor néctar quando na lingua, saliêntes e concisas moram umas papilas gustativas
E assim...
Por mais que olhes para alguém nada será como é.
A nao ser que te conheças de facto!
Olha e percepciona, não te precepites no exame pois todo o timingue é um imediato capaz de converter ilusões

domingo, 17 de agosto de 2014

MIAU FU FU

Como um gato que se inebria perante uma porta entre-aberta
O dia nasce no horizonte espreitando uma linha descoberta
Um acordar desperta, à mesma hora num prédio esquecido.
E um povo entorpecido amanhece convencido
que hoje o dia será de jornada
A ilusão é então lançada...
Servida e imaculada por uma chavena de café da manhã
Que sem pão para o seu sustento,
dão aos corpos desnutridos, almas enguiçadas
Presas a um novo aumento, na balança dos impostos.
Lá fora o barulho irrompe a madrugada...
Transportes públicos apinhados e amarrotados de gente
proliferam as artérias
Saindo religiosamente todas as manhãs, a um mesmo horário.
Dando agasalho, a vírus e constipações
Ao longo do dia já se comia mas sem provisões, há sempre um mosquito ou uma aranha a reclamar distracção, presas à sinfonia de concursos de televisão, com sorteios que nunca se chegam a conhecer os seus justos vencedores.
Agora a tarde entardece, mas ainda é cedo para cumprir o mesmo enredo, de sentimentos assolapados na guelra
Um telefone toca e do outro lado da linha já não se adivinha o ente omnipresente...Pizzas, promoções, descontos, notícias e ilusões de saldos positivos desaguam nos tímpanos apelidando-os de infractores da moral, numa ética vigente sem igual, modelada pelo bacanal da promiscuidade
Amanhã certamente o galo não se esquecerá de cantar a mesma hora
Nem a bica será esquecida de ser bebida pela habitual rotina
O jornal esse será igual de uma ponta à outra
E na TV o teletexto passará notícias de um telejornal
E a ideia que fica é que na realidade nada  fica, se não o que se sente...
Se não a ideia de ter passado um dia algures por aqui, indiferente
A um compasso relaxado felino que à pouco acabou de acordar
por sentir lá ao fundo na perpendicular, o diâmetro de uma porta entre-aberta.

sábado, 16 de agosto de 2014

PARADOXAL




Acreditar
é amar no que o viver pode dar
 mesmo que sinuosa
seja o tamanho de uma cruz

INDELÉVEL

O que me inflama não é a combustão
Não é o sexo nem a chama de um beijo
Se não...
Um pensamento que prefura a brandura do meu ser  
Com vontade de por à boca o que comer,
desse teu corpo tão cruelmente apetecível
Salivo-me das entranhas à pele sempre que te assomas do meu peito
E eu desajeitado busco-te sem jeito
faminto em exorcizar a ância de te querer
As horas param neste meu universo
Onde és a chama e eu o progresso
na  grama por onde arder...
E levas-me sempre para todo lado
Para onde quiseres
Pois sabes bem que és de todas as mulheres
Aquela que me faz sonhar
A que me impele num aqui ficar
Até me transcender


"...amo aquilo que nos torna mais do que somos..."
(Irvin D.Yalom)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

PUZZLE

Ninguém existe pelo que é se não pela potência que o rodeia
Tal qual um oásis que se aninha rodeado de verde, num deserto.
Que sem objecto à sua volta para se energizar, um dia se degrada...
Tornando-se um cacto
Espinhoso e traiçoeiro de se fazer acompanhar

O espinho é na pele o ninho da dor
A carne é da alma e daqueles que a conquistam


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

INDEFERENÇA

A ignorância de quem ignora, é tão ignorante, mas tão ignorante
Que chora, mas não grita...
É claro que não falo daquela ignorância barata e bruta,
que grita por tudo e por nada
Quando falo de ignorância refiro-me à ignorância filha da puta... À astuta
Daquela que rumina calada até ás pregas
Da que se amofina sem se importar com o cheiro,
Daquela que se omite de cinzas feito cinzeiro
Recipiente atolado de beatas que nunca dá parte fraca...não vá algum dia se queimar
Como se a ignorância pudesse ser matreira e sagaz, feito raposa que sorrateiramente ataca mordaz sem deixar rasto
Ainda assim não sei qual destas ignorâncias será a mais ignorante
Se a que se insurge sem se importar com "o incomodar" dos outros
Ou aquela que chora por dentro, sem se presentear no cumprimento do lamento,
de um lamuriar a preceito.
Mas o que não compreendo porque não é lógico, é o facto de nos ignorarmos a nós próprios quando ignoramos alguém...
Sim porque a ignorância de ignorar os outros não é mais do que uma encenação de sermos aquilo que não somos. E há tanta gente que de facto ainda pulsa, sem ser realmente já quase que ninguém...

A ignorância é a distância indiferente à direcção
É um piloto automático que tutela o corpo conferindo-lhe orientação
É o passear pela vida sem qualquer tipo de pressuposto
E voltar todos os dias em contra mão, acabrunhado e indisposto
Só porque num dos bolsos, jaz uma chave de casa...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

ÍMPAR

Paga o que deves !
Se não deves nada a ninguém, contraí a divida.
A vida não é para ser perdida na estabilidade de uma normativa. Onde um zero de um saldo positivo...mas que puta de zero tão redondo... se traduz na brandura de jogar só pró empate, sem saber bem o que é jogar e sentir os sabores de um orgasmo quente na boca.
Ou o que é sentir na garganta um grito aflitivo de vitória por ter arriscado os últimos cobres da algibeira. Ou foder todos os desejos que imaginas que realizas e te concedes em cada masturbação, saciando-te a fome... Sim, pores à boca as melhores iguarias e dando-te a beber o melhor dos nectáres.
E dormires tanto... tanto tanto, que hibernes meses a fio só porque lá fora está frio e tu cá dentro tens uma preguiça do caraças.
Embriagares-te da alma aos cotovelos até te roçares no inusitado de outras perspectivas.
Ir aos quatro cantos do mundo e registrar as tuas insígnias como um alpinista que ao escalar os Himalaias pontifica lá de cima a sua bandeira.
Tirar dos livros a leitura de um sonho que alguém escreveu, saltar alto sempre que as emoções te preguem ás entranhas, brincar feito criança que imagina mais fundo, o mundo do faz de conta, namorar em qualquer lugar, porque todos os espaços são possíveis para realizar o beijo dos apaixonados, a cada esquina.
Intoxicar-te de nicotina ou a uma outra substância qualquer acabada em "ina", que te dê asas para voar, adornando ao pormenor a criação de expor cá para fora todo o verso que se afunila no inverso da tua pele.
Correr quando te apetecer mesmo que estejas descalço, ou até numa repartição de finanças, morder até ao abocanhar das gengivas, pintar até se acabarem as cores.
E sonhar, ai tão bom! Sonhar e amar, sonhar e amar, sonhar... Como o tic tac de um relógio que nos faz lembrar que lá fora o mundo pulsa sem ser tão preciso.
Arrisca, grita, fode, come, dorme, bebe, viaja, lê, salta, brinca, namora, apaixona-te, fuma, cria, gera, pinta, masturba-te, realiza, voa, corre, morde, espreguiça-te, ama e sonha...Sem nexo de haver ordem para a desordem daquilo que te inebria.
E se o saldo continuar a ser zero, arrisca no que se foda... Sê ímpar!
Contraí a divida

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

CONQUISTADOR

Tudo o que te aguarda é uma conquista
Um modo imperativo de ser
Um ato rasgado de trivialidades
Um horizonte aglomerado de histórias

Tudo o que te aguarda é uma conquista
Uma saída à entrada das emoções
Uma escolha no ventre da causa
Uma possibilidade no emaranhado das opções

Tudo o que te aguarda é uma conquista
Uma sede catastrófica de mobilização
Um desejo faminto a vitória
Uma memória sentida no peito

Tudo o que te aguarda é uma conquista
Numa batalha consumada no tempo
Numa oração arrancada ao infinito
Numa obra elaborada a pincel

Tudo o que te aguarda...
São conquistas!
Porque ninguém espera por ti
Nem se prostra numa esquina à hora exata
Impávido e restrito na periferia de um amanhã

Tudo o que te aguarda são conquistas
Tudo o resto é uma muralha, dando hospício à imaginação

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

QUINTA DIMENSÃO

Quem olha vê
Balança
Não alcança
Quem escreve lê
Sonha
Ficciona
Regista
Quem ama crê
Simplifica
Soma
Harmoniza
Sem oração
Quem não precisa, que dê
Conceda
Liberte
Esmiúce
Confira
De coração
Quem vai ...
Desaprende
Compromete
Desvanece
Desvirtua
Subtrai
A direcção



A desculpa é o pecado do bandido
A paixão é a fraqueza do iludido
E a moralidade é a liberdade de um pensamento por terras de um amanhã

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

HARMONIA

Todos nós ousamos querer  mais


do que a harmonia que a todos satisfaz


Não tentes...


Porque ao tentar usurpas desistir

Respira fundo

Confere

Harmoniza-te

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

PAZ

O amor dói
O amor clama
O amor chama
O amor queima
O amor pulsa
O amor ausenta  
O amor alimenta
O amor forma
O amor adorna
O amor sustenta
O amor desafia
O amor contagia  
O amor corre
O amor move
O amor escorre                
O amor difunde
O amor ilude
O amor viaja
O amor aprende  
O amor satisfaz  
O amor sacia
O amor inebria
O amor apraz
O amor beija
O amor deseja
O amor é nós...
O amor é paz

Amar é um gostar que não pede conselhos

ACABRUNHADO

Á uma hora atrás eu não desconfiava do minuto que passou
Tal qual não previ alguém que me solidificou
aqui nesta forma andante de se encruzilhar
Fui contagiado pela malícia das formas que te denunciam
Pregado na cruz de um pensamento que não se acalma um só momento,
com mezinhas de vinagres, azeites ou algarrás

Infectado, já só engulo o sangue que me alimenta as artérias
A melancolia tomou posse do âmago que delibera a sede de revolta
Aprisionado vagueio este corpo mal tratado que pinga para todo lado um sal que não é o teu

Só preciso de um grito
Do teu grito
A vociferar-me indelicadezas ao ouvido
A murmurar-me na primeira pessoa o descompasso dos teus gemidos
Para que não sejam só de pensamentos a amalgama dos lamentos
onde eu te encontro

Todos os momentos estão certos
Toda a atrapalhação mora fora do tempo
Todos os instantes são de afirmação
Se há uma descompensação, o atraso não é do tempo
e sim de um linchamento que se confere às rotinas

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

FIM DE SEMANA

Que o(s) fim(ns) de semana seja(m) de relax e bem temperado(s) de "eros" e de "philia"







...e se ainda houver espaço, aperta-o bem!