terça-feira, 22 de junho de 2021

PIRILAMPO






Se pudesses recomeçar de novo qual o momento que te assoma, a fase da tua vida que te transtorna que não se apaga da tua cabeça? 

Se pudesses mudar os conteúdos de um capítulo, quais seriam agora os teus argumentos para invocar ao tempo o rumo da tua história? 

Quer queiras mudar algo ou não do teu passado deves entender que no imediato tu já fazes parte da vitória. Independentemente das dificuldades que te levaram a cortar a meta com a sem glória até este instante.

Deves também pensar que, se pudesses voltar atrás nas tuas decisões a imprevisibilidade de estares hoje vivo, aqui a reviver e a imaginar o teu passado,  poderia ser alterado poderias estar descompensado de tudo o que garantiste de positivo...

Ainda assim arriscarias ?

Se a resposta for sim, o que esperas? 
Não percas mais tempo vai atrás, arrisca e muda a linha do teu pensamento para que o caminho não seja tortuoso e cheio de lamentos.
E mesmo que voltando atrás na tua decisão nada aconteça,  acredita que valerá a pena dar uma chance ao que não se apaga, à luz aparentemente fundida e estagnada  onde a tua realidade é diariamente pura ficção.

Todo o pirilampo tem uma voltagem tão própria no arredondado de uma lua cheia que fundir uma unidade é diminuir a sua luminosidade, a capacidade de ser feliz,  numa vida inteira.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

MADRUGADAS ENTRELAÇADAS






Abraçados, entrelaçados pelo frio
Aninhados na cama corpo na pele, 
Num roçar doce e escorregadio 
O telemóvel desperta, são 6:30
É hora de ir trabalhar 
O morno dos corpos reclama, espreguiça... 
Como uma ferida que ao ser coçada não pára de se inflamar

Pedes-me mais 5 minutos, eu cedo
Como uma criança traquinas, sempre disposta a brincar 
Afagas-me com as tuas mãos os cabelos, eu tremo
Como um peixe fora de água, desastrado, 
Sôfrego por respirar

O dia lá fora grita por nós, sabias?
Mumuro-te eu ao ouvido, já com uma vontade louca de roubar da tua boca a profundidade dos suspiros. 
O sorriso rasga-te o rosto enquanto o teu corpo espreguiça libertando-se do sono, dando aos gestos a liberdade do improviso de acordarmos convictos em mais uma manhã despidos de preconceitos e de pudores.

Vamos fazer amor no chuveiro enquanto lá fora o mundo inteiro se ignora e se atropela, 
na correria maquiavélica, 
da sua ida para o trabalho?
Os teus olhos abriram-se num ápice e o esquerdo contrariando o gesto voltou-se a fechar, 
piscando o olho profundamente, 
dizendo-me que sim!