Duzentos textos compus
Duzentas foram as formas que eu trilhei
Duzentos é um todo redondo que uma centena não têm
Não preciso de velas para apagar
Não preciso de parabéns para enaltecer
Nem de bolo para me adocicar
Preciso sim...
De mais duzentos para enobrecer
olhar para traz e perceber
Que as perspectivas não são precisas
Nem o exacto é um todo redondo que me completa
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
MADRUGADAS DE PAPEL
As madrugadas não nos aproximam
As recordações nunca se tocam...
Não chegam para nos acercar
Nem sempre as saudades nos entristecem
E a inveja pode até nem ser perniciosa
Tal como a dor nem sempre é ferida que sangra
A memória quando se lembra da história
Ela petrifica...
Satisfaz-se
fazendo amor com o tempo
Os relógios congelam
O mar se engrandece
As flores ganham odor
E o néctar da vida é lá fora uma Aurora
que acontece aqui ou em qualquer outra estação
Nas madrugadas de papel onde todo o rascunho é capaz...
As recordações nunca se tocam...
Não chegam para nos acercar
Nem sempre as saudades nos entristecem
E a inveja pode até nem ser perniciosa
Tal como a dor nem sempre é ferida que sangra
A memória quando se lembra da história
Ela petrifica...
Satisfaz-se
fazendo amor com o tempo
Os relógios congelam
O mar se engrandece
As flores ganham odor
E o néctar da vida é lá fora uma Aurora
que acontece aqui ou em qualquer outra estação
Nas madrugadas de papel onde todo o rascunho é capaz...
DIVAGAR
A loucura de pensar de mais...
Fortalece as palavras
Viaja mais além do que as milhas
Perspectiva coerências na melodia dos búzios
Vagueia indigente pelo olhar indiferente da cidade
Vai ao fundo dos medos buscando encontrar os segredos
e simplicidades
Tão difíceis de se repercutirem na pele
Pensar demais não é demasiado
quando a vida é insatisfeita
A satisfação essa
Vagueia livre pelo horizonte
sempre disposta a se rasgar
Enquanto isso...
Lá fora a cobiça chora a Glória
e o homem avido de uma Vitória
dispersa o foco
Sempre na mulher dos outros
Fortalece as palavras
Viaja mais além do que as milhas
Perspectiva coerências na melodia dos búzios
Vagueia indigente pelo olhar indiferente da cidade
Vai ao fundo dos medos buscando encontrar os segredos
e simplicidades
Tão difíceis de se repercutirem na pele
Pensar demais não é demasiado
quando a vida é insatisfeita
A satisfação essa
Vagueia livre pelo horizonte
sempre disposta a se rasgar
Enquanto isso...
Lá fora a cobiça chora a Glória
e o homem avido de uma Vitória
dispersa o foco
Sempre na mulher dos outros
terça-feira, 27 de agosto de 2013
ONDE A VIDA NOS SEPARA
Tinha tanta vontade de mudar o mundo que estagnou
Tinha sempre pressa para não chegar tarde que enfraqueceu
Tinha tanto amor para dar que se isolou
Tinha tanto horizonte para descobrir que entorpeceu
Tinha curiosidades tão inabaláveis que se aposentou
Tinha tantas ideias para inovar que esmoreceu
Tinha planos e planos e hoje não sabe onde os deixou
Tinha tanto de fome para provar que emagreceu
Tinha a sabedoria dos livros e virou rascunho
Tinha tanto de sol nos seus dias e agora passa as horas à sombra
Tinha tanta saúde e definhou
Tinha tanta energia que se apagou
Tinha abrigo e conforto mas a rua é agora a sua morada
Tinha tudo tudo tudo e hoje é um velho
Um pouco mais do que nada
A vida não acaba aqui
Nem aqui é o começo onde a vida nos separa
Tinha sempre pressa para não chegar tarde que enfraqueceu
Tinha tanto amor para dar que se isolou
Tinha tanto horizonte para descobrir que entorpeceu
Tinha curiosidades tão inabaláveis que se aposentou
Tinha tantas ideias para inovar que esmoreceu
Tinha planos e planos e hoje não sabe onde os deixou
Tinha tanto de fome para provar que emagreceu
Tinha a sabedoria dos livros e virou rascunho
Tinha tanto de sol nos seus dias e agora passa as horas à sombra
Tinha tanta saúde e definhou
Tinha tanta energia que se apagou
Tinha abrigo e conforto mas a rua é agora a sua morada
Tinha tudo tudo tudo e hoje é um velho
Um pouco mais do que nada
A vida não acaba aqui
Nem aqui é o começo onde a vida nos separa
domingo, 25 de agosto de 2013
MATEMÁTICAS DA CARNE
Trago na pele o aroma da tua carne
Na boca o sabor dos teus desejos
Nos dedos o prazer da tua loucura
E no pensamento a vontade de aumentar o coeficiente...
Na singularidade de nos sermos
sábado, 24 de agosto de 2013
REFLEXOS
Do que um reflexo que se ergue ausente
Nada mais tu és para ti
Que um estado fugidio de ser capaz
Nada mais tu és assim
Por entre o presente indiferente de formas relativas
Nada mais tu és para mim
Do que uma intemporalidade que com que ficas-te
... que não se desfaz
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
INSÓNIA I
Já tudo se acomoda em redor do meu corpo
O hábito içou bandeira
e hoje é o ensaio diário da cegueira
O amanhã ganhou vicio
de se deixar um tudo para depois
As horas reclamam por esquecimento
no tic tac da memoria
E as histórias essas já nem as conto
Afundo-as até me chegarem aos pés
Tudo isto é a minha loucura
É mais uma noite
em que a insónia foi lisura
Franca, precisa e leal
Afinal...
Eu até já me sabia
Mas como também sou um mero alguém
Para agir preciso de me infligir de rotinas
Polvilhadas de acerto
e uma boa dose de deliberação
O hábito içou bandeira
e hoje é o ensaio diário da cegueira
O amanhã ganhou vicio
de se deixar um tudo para depois
As horas reclamam por esquecimento
no tic tac da memoria
E as histórias essas já nem as conto
Afundo-as até me chegarem aos pés
Tudo isto é a minha loucura
É mais uma noite
em que a insónia foi lisura
Franca, precisa e leal
Afinal...
Eu até já me sabia
Mas como também sou um mero alguém
Para agir preciso de me infligir de rotinas
Polvilhadas de acerto
e uma boa dose de deliberação
terça-feira, 20 de agosto de 2013
INGENUIDADE
AMOR & PRAZER
Um velho um dia disse-me...
O prazer suscita pelos caminhos da negação
Na forma de um passo transgredido
Ousado
e apetecido
Arrepiado na pele
Tudo o que é infracção está mais próximo do deleite
Um quase que...
É ter
e ousar não viver
E com uma voz mais grave
como a querer recitar um refrão
Vociferou :
A imaginação tem a profundidade de um teu prazer
Puxou de um lenço da algibeira
para acalmar a saliva que se desprendia da boca
e rematou
O prazer esse
é daqueles que infringem a negação
O amor aquele...
Dos que se afirmam
O prazer suscita pelos caminhos da negação
Na forma de um passo transgredido
Ousado
e apetecido
Arrepiado na pele
Tudo o que é infracção está mais próximo do deleite
Um quase que...
É ter
e ousar não viver
E com uma voz mais grave
como a querer recitar um refrão
Vociferou :
A imaginação tem a profundidade de um teu prazer
Puxou de um lenço da algibeira
para acalmar a saliva que se desprendia da boca
e rematou
O prazer esse
é daqueles que infringem a negação
O amor aquele...
Dos que se afirmam
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
CARÊNCIA
Carente
Disperso
Ausente
Perdido do quê não sei
Distante
Vazio
Dormente
Castigo de mim porquê
Tempo
Passado
Tormento
Atiçado contra o meu peito
Indefinido
Sentido
Vago
Rendido a um todo sempre capaz
O que me deprime...
É um tempo que me escapa
É uma ausência desatenta que me empata
Que me entorpece
e me faz andar mais devagar
Disperso
Ausente
Perdido do quê não sei
Distante
Vazio
Dormente
Castigo de mim porquê
Tempo
Passado
Tormento
Atiçado contra o meu peito
Indefinido
Sentido
Vago
Rendido a um todo sempre capaz
O que me deprime...
É um tempo que me escapa
É uma ausência desatenta que me empata
Que me entorpece
e me faz andar mais devagar
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
PENSAMENTO & CARNE
Ele era um muro das lamentações
Duro alto imponente
Como qualquer pedra dura e surda
deve ser
Chorava pro dentro privações
Realidades escuras inertes
Difíceis de compreender
Era mais vivo dentro de um sonho
do que numa vida rendida
Sonhava mais fundo que um horizonte
Experienciava o desejo
sempre à sua medida
E ruminava nos dias ausente...
Indiferente
à vaga coerente das paginas dos jornais
Um dia o destino apresentou-lhe a paixão
E num mundo real ele quis voltar de novo a viver
Deixando para trás a dormência dos sonhos
Aninhando-se à realidade
que só uma boa razão pode ter
E provou do apetecido
Deu vocabulário próprio ao escuro da noite
Tonalizou na pele o sal do desejo
E rendeu-se à dor
Sempre que o amor
o vandalizou...
Pensamento da carne
Num abraço atou o tempo
No seu peito deu leito à sua amada
E na memoria guardou a sua história
para que a chave nunca fosse revelada
Encriptando o segredo na melodia dos dedos
No trilho das palavras
(...)
Se no tempo a felicidade te escapa a correr
é porque acreditas muito devagar
Sem chama para aquecer
esse teu outro lugar
Um desejo imenso de se querer
Duro alto imponente
Como qualquer pedra dura e surda
deve ser
Chorava pro dentro privações
Realidades escuras inertes
Difíceis de compreender
Era mais vivo dentro de um sonho
do que numa vida rendida
Sonhava mais fundo que um horizonte
Experienciava o desejo
sempre à sua medida
E ruminava nos dias ausente...
Indiferente
à vaga coerente das paginas dos jornais
Um dia o destino apresentou-lhe a paixão
E num mundo real ele quis voltar de novo a viver
Deixando para trás a dormência dos sonhos
Aninhando-se à realidade
que só uma boa razão pode ter
E provou do apetecido
Deu vocabulário próprio ao escuro da noite
Tonalizou na pele o sal do desejo
E rendeu-se à dor
Sempre que o amor
o vandalizou...
Pensamento da carne
Num abraço atou o tempo
No seu peito deu leito à sua amada
E na memoria guardou a sua história
para que a chave nunca fosse revelada
Encriptando o segredo na melodia dos dedos
No trilho das palavras
(...)
Se no tempo a felicidade te escapa a correr
é porque acreditas muito devagar
Sem chama para aquecer
esse teu outro lugar
Um desejo imenso de se querer
A ESSENCIA FRUTA
De tanto escolher...
A fruta ficou moída
A fome sumida
E hoje é ela quem apodrece
Numa fruteira de cozinha
Sem cor nem cheiro
para adornar sozinha
Todo o compartimento de uma cesta
Podia ter sido um sonho
Ser tudo tão diferente
Certamente que a coerência
hoje assim o diz
Mas agora e sem um final feliz
Tudo parece ter sido em vão
As suas forma perderam a razão
Já ninguém a quer morder
Agora só lhe resta compreender
Resta-lhe acreditar
E rezar
Orar, orar, orar, orar...
Para que a oração
traga no caroço a grainha fértil
E de novo a canção
seja entoada
Na forma resplandecente e dourada
de um rebento que já foi fruto
E que hoje
é a estrutura de uma árvore que se eleva
Atenta ao solo que a substancia
Nada mais vulgar e tóxico
é aquele que se eleva
sem bases solidas que o humanizam
A fruta ficou moída
A fome sumida
E hoje é ela quem apodrece
Numa fruteira de cozinha
Sem cor nem cheiro
para adornar sozinha
Todo o compartimento de uma cesta
Podia ter sido um sonho
Ser tudo tão diferente
Certamente que a coerência
hoje assim o diz
Mas agora e sem um final feliz
Tudo parece ter sido em vão
As suas forma perderam a razão
Já ninguém a quer morder
Agora só lhe resta compreender
Resta-lhe acreditar
E rezar
Orar, orar, orar, orar...
Para que a oração
traga no caroço a grainha fértil
E de novo a canção
seja entoada
Na forma resplandecente e dourada
de um rebento que já foi fruto
E que hoje
é a estrutura de uma árvore que se eleva
Atenta ao solo que a substancia
Nada mais vulgar e tóxico
é aquele que se eleva
sem bases solidas que o humanizam
sábado, 10 de agosto de 2013
PLURALIDADES
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
NEBLINAS PRAZEROSAS
Hoje a noite está a arder
e com ela os meus pensamentos queimam
Escorrem a ferver
Molhados
Iludidos e pervertidos
de intensos sabores
Um toque de telefone
Rouba-me de repente a atenção
A mensagem que chega
Multiplica-me o processo de salivação
E um sorriso que me faz crer
Hoje fazer história
Acedo ao encontro
e faço-me à estrada
E pelo caminho
vou iludindo o destino
Antecipando o prazer
Premeditado-o
Para não haver falhas
À minha espera
lá estavas tu
De camisa mais leve
do que um corpo nu
De mini saia mais justa
que à justiça satisfaz
E de formas tão apetitosas
Que a gula agradece me humedece
e se apraz
O desejo manifestou-se
A saliva escorreu...
Lubrificou-me
A pele arrepiou...
Mordeu-se
A mão acelerou...
Realizou-se
E o prazer deu de comer
aos corpos
Aos vidros deu-lhes de beber
Embaçando um habitáculo
com vontade...
Para crescer
Um arrepio do tamanho da carne
De volta à estrada
Fito a minha imagem desfocada
Que o espelho do carro denuncia
Abro o vidro lateral e deixo o vento me pentear
mesmo que para a cama eu nem precise estar
assim tão composto
E lembro-me que à pouco eu fui tanto...
À pouco eu era mais nítido desfocado
Era mais eu realizado
No imperfeito embaçado
de um reflexo murmurante
terça-feira, 6 de agosto de 2013
ARTE
A arte é a alma de um povo
Que potencia no abstracto
Amanhãs
Que nascem sem terem a certeza se é a aurora
quem vem acordar um novo dia
sábado, 3 de agosto de 2013
ITINERÁRIOS SECUNDÁRIOS
adornam evidencias tão exactas
E os dias são tão claros
quando o céu não se carrega de nuvens
Cá em baixo já só restam as folhas
espalhadas pelo chão
O sensato
ficou baralhado sem se achar
Continuando a ousar
Itinerários secundários
A frontalidade deveria ser o caminho
E tudo seria tão diferente...
De outra forma
Menos presente
Mais a condizer com o prazer que nos escapa
Na boca já só cabe o pecado
O saudável passou a ser insano
e o sentimento esse cigano
Desses que carregam a sua carroça
iludindo tudo e todos
em mais uma cantiga
De barriga para o ar e de pés cruzados
Os dias jazem amarrados
inertes e desengonçados
À espera que alguém os estique
A culpa essa
Um dia ganhará sabedoria
Será acção
Quando a desculpa definhar
e o tempo acatar
fazer as pazes com o rancor
Que se lavrou outr`ora uma vida
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