domingo, 29 de junho de 2014

COMOÇÃO DAS VíSCERAS

A linguagem é uma doença que me
desatenta
Estranha forma de me querer explicar
quando a razão não tem se não letras para me persuadir...
Sem me premiar
um todo capaz esclarecimento  
Quisera eu compor um texto ao pormenor
com o rigor necessário para abastecer cada átomo do teu discernimento
E ainda que fosse iluminado num corpo outrora descriminado de gente
ainda assim seria tão pouco para te dizer
e precisar as emoções que comunicam num linguajar tão fora de métrica.
Tão distante de um entendimento.
Será talvez por isso que os livros quando provados não voltam a ser remexidos...
Pois em cada leitor, há uma alma que se desatenta
Que não se acalma .
Como uma sopa de letras.
Que por haver um caldo não se compõe...
Quando o seu interior abastece-se mais pelas comoção das vísceras.

Ainda assim vou compondo.
Deixando-me cair, como semente, que cai de costas, sem se importar de tocar a terra...
Sem imaginar que um dia irá brotar verde de esperança
Para agarrar ao longe um sol que ficou por tocar, no delirante imaginário da queda.

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