A maior obra do sentimento são as pontes
São sempre pontes !
Pontes de dois extremos que contagiam um caminho
Conexões capazes de embriagar vorazes
sempre que motivados nos aproximamos de um extremo
Pontes de equilibrio onde malabaristas se articulam
suprimindo o desconforto do perigo
Na iminência da queda
Pontes fantasmas edificadas do nada
Vias que não foram estradas
Conexão que não se consumou
Pontes e pontes
São sempre pontes
Pontes embaraçadas por outras vias definhadas
desnutridas, ancoradas
Onde outr`ora a malha se compos
Neste lado onde fiquei
algures no outro lado do rio
Olho agora para o horizonte tardio
e vislumbro no pensamento os destroços
Onde edificamos a nossa ponte
Num espaço aereo hoje vazio
que sem manutenção um dia ruiu
Desmorenando-se
Sem deixar rasto no avermelhado e salgado deste mar
Que varre o profundo do mundo
com a certeza que tudo se renova
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