Quantos decibéis terá a voz que ter, para ser o canto de um grito ?
Quantas palavras na frase terão de haver, para contrariar o som ?
Quanta dor é preciso para gritar ?
Quantas lágrimas seram precisas para assinalar o lamento ?
Quanto de contrariedade é preciso, para sacanear a voz ?
Quanto prazer é necessário para romper garganta ?
Quanta fome é preciso para se uivar à sede ?
Quanto grito há no silêncio a boiar descalço ?
Quanto de ferida a carne carece, para se ofender ?
Quantas cicatrizes precisa um olhar para protestar atenção ?
Quanto frio a pele reivindiva para assinalar o arrepio ?
Quanta imensidão há no eco côncavo de um vazio ?
Quantas subtilezas teram as tristezas que ter...
Para gerar erupção ?
Que se foda a educação !
Puta que pariu para a ponderação da etiqueta.
Que se fodam as falinhas mansas.
E viva o grito!
Viva todo e qualquer gesto digno de registo
Bendito seja ele entre nós e vós mulheres
Viva o grito !
Vivam todas as emoções que se libertam do peito
Aclamados sejam os actos a torto e a direito
Que nunca hajam receios no vértice da oração
De haver num grito cumprido
uma vontade solta
plena de razão
Vivam todas as emoções que se libertam do peito
Aclamados sejam os actos a torto e a direito
Que nunca hajam receios no vértice da oração
De haver num grito cumprido
uma vontade solta
plena de razão
Sem comentários:
Enviar um comentário