domingo, 23 de novembro de 2014

SENTIR

Conheceram-se num instante, naquele preciso momento
Sem preverem o acaso da ocasião
E com toda a motivação ousaram que se sabiam tanto um do outro
como ninguém sabe coisa alguma de si mesmo
Indusido o inusitado a acertar-se.
Como o tempo que acerta as horas de um relógio de pulso
sem se deixar enganar por um impulso
de uma qualquer pulsação
E foram a jogo!
Jogaram sem prever as regras e os trunfos que semeavam a cada toque dos dedos das suas mãos
Construindo sonhos livres e mais perfeitos do que aqueles que se buscam a cada esquina
Escondendo-se eternamente do mundo feito crianças traquinas
Como as estrelas que se apagam na noite, sem dar abrigo ás almas pequeninas
Que não avistam ao longe a geometria das constelações
E fizeram das noites um véu de veludo
Das pedras talharam mais longe o horizonte
Dos murmúrios entregaram ao vento o sentimento
E ao mar deram ondas de espuma a cantar, ininterruptas
Para nos fazer lembrar diariamente
que para seguir em frente basta haver na pele
a textura de um toque de frio

2 comentários:

  1. Liiiiindo!!! Amei e me emocionei com esse discurso! O autor é um ser criativo , uma caixinha de sentimentos.... Num discurso não muito longo, coloca lá dentro todos os pormenores de uma história sentida e não apenas verbalizada. Parabéns Hugo! Alimentasse me a alma.
    Isabel Mota

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  2. Obrigado pelas palavras e pelo carinho Isabel

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