terça-feira, 4 de novembro de 2014

NO DEGREDO DA GERAÇÃO

Quando o imoral é o que moraliza a moral é sinuosa                
Assim era o seu filho.
Cortês e delicado mas sempre tão distante e reservado para com o seu progenitor, que nem por tio ele o tratava
Nunca o havera procurado, nem lhe concedera carinho de ente querido
Na verdade este rapaz nunca o tratara nem o houvera distinguido na sua qualidade de pai
Os amigos diziam para o homem :..."Tem calma, chega sempre a hora que os miudos ganham clarividências"
Outros incentivavam-no a procurar o filho para fomentar laços de proximidade
Havia ainda aqueles sensatos que o ouviam e o amparavam em seus braços promovendo assim camaradagem e momentos de pura cumplicidade
A vida para este pai era resumida por uma moralidade... Mórbida
Cada dia longe da sua cria definhava ininterruptamente, sempre mais um pouco
Mas haviam aqueles dias imorais em que a carne era sarada com pedras de sal para ajudar a cicatrizar as feridas mais profundas
Não havia momento em que o tormento não lhe passa-se pela cabeça, mas a sua história era igual a tantas outras
Pai negligênciado por uma educação infame, que nunca fora a sua.
Fora abruptamente distanciado do seu filho por uma conduta vil com aromas a ganancia e a mesquinhez...
Agora na escravidão da memória havia uma saudade que por mais ingrata que fosse seduzia o seu amor próprio a despedir-se dos gestos e a abandonar, a sua sensatez
E aí então procurava o seu filho ponde-se a jeito para o abraçar ou até se fosse preciso mendigar por um qualquer carinho.
Hoje tal como em todos os seus encontros, a hora já tinha passado e ele ali já se assumia uma vez mais presente... Ausente no desapego da demora do seu rebento
Um bip do telefone despertou as almas dos transeuntes que por ali passavam
"Pai desculpa só agora te dizer, mas não vou poder ir hoje ter contigo... Beijo"
Olhou em redor e leu mais uma vez a mensagem, e fingiu que a saliva que engolia naquele instante não se tratava de tristeza, não dando a beber aos melitantes que por ali passavam, motivos de ambandono.
O imoral de novo vandalizou o seu amor próprio. E sem motivo nenhum sorveu uma golfada de ar que lhe conferi-se acerto ao seu modo de pensar não fosse ele deixar se levar na maré de desdém
"Um beijo filho...Espero que esteja tudo bem e já sabes...O pai tem muito orgulho em ti"
Dito isto, mergolhou na multidão, levando na ideia que uma educação quando desnutrida de moral é fulcral para a degradação das gerações

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