sábado, 19 de julho de 2014

NO TIMBRE DA VOZ

A tua voz murmura-me insistentemente vagas que se desenrolam ao longo das marés.
Como se insistentemente não fosse já por si só capaz, de num eco engrandecer a palavra insistente . Sem ter que recorrer de um modo tão displicente, ao mar...
Há um provérbio Árabe que diz que um homem para se apaixonar por uma mulher, 90% é pela sua voz .
E assim quando me lembro de ti há sempre um som que vem primeiro que a tua forma, há sempre o teu
timbre a carregar a saudade com mais apreço, há sempre o teu gargalhar que me faz recordar momentos apetecíveis de serem explorados, tão mais a fundo .
A verdade é que hoje surges à tona de mim, dando nomes ás ruas onde namorámos... sim porque ruas para mim têm nomes de gente, ou melhor, ruas para mim têm nomes batizados algures por nós... Vejo-te sempre que pacientemente desembrulho cada rebuçado com que nos explorámos a cada beijo . Avisto-te em cada sinal de mensagem que recebo,  como uma miragem que olha para um déjà vu à muito vencido .
E a tua voz... Aí essa tua voz, que não precisa do complemento para ser precisa em qualquer instante
A primeira vez que a ouvi diante de mim, um revolver apontou-me o cano à cabeça e ainda assim arrisquei o "jogo da roleta...", onde o sucesso de um vencedor é bala na certa .
Como eu entendo bem esses Árabes, mesmo sem falar porra nenhuma !
10% de mulher confinados no teu corpo é o bastante para te desejar esse remanescente que me acrescenta mais pulsar ao ritmo do tic tac dos ponteiros .
O café da manhã e as torradas com manteiga a pedirem o teu bom dia... Aí que bem que me sabia ter-te, nem que fosse eternamente de burca, ou até podias ser Turca ou de uma outra nacionalidade qualquer, que amasse o corão, mas de uma coisa terias que ter presa à garganta.... E mesmo que não fosses santa serias sempre a Maria, dona e senhora da profecia no compasso da minha oração

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