terça-feira, 8 de julho de 2014

PELE CITADINA

Os meus olhos diziam-te
"Volta para casa !"
A minha boca poderada vocifrava palavras desconexas...como se eu não dissesse um quase nada, de um meu entendimento
"Está tudo bem, e tu ?"
Ao que me respondes-te
"Também estou bem, melhor que nunca !"
E eu ali especado, a comporvar isso mesmo...
Estavas maravilhosa ! Pensei eu.
Que burro é ter a mulher mais bonita do mundo e tentar satisfazer-se com outras, que nunca são as segundas nem as terceiras melhores do mundo.
Hoje percebo que me afastei de ti por amar-te tanto. Percebo agora que o tanto de gostar de alguém, por vezes atraiçoa.
Tanto que fugi,  reprimindo-me com loucura.
Assaltando os meus sentimentos com bocas que não eram as tuas
Pois se amar assim era tão insano, bem talvez não me fizesses.
E para meu engano, não é que fazias...

Naquela tarde, almoçamos num restaurante perto do teu trabalho
E eu ... que puta de anjinho... apenas te disse que gostava de ti. Não te dando a conhecer a comoção das minhas entranhas, e a quantidade de ranho que engulo todos os dias ao não ter no cuspo, um sabor a ti.
Paguei a conta e outra vez coninhas não te agarrei com a emoção que meu desejo me albarroava.
Na rua depois daquele último beijo, apenas me pregaste uma estalada com as tuas palavras.
"Já não sinto o mesmo que sentia quando me beijavas antigamente"
Respirei fundo... uma vida.
Todo o ar que havia naquele quarteirão por  respirar, brindei-me, engoli, recuperando algum equilibrio não fosse eu dar-te de novo parte fraca de mim
Nesse instante quase que morri.
Desde então desequilibrado e desengonçado ando eu ás voltas por aqui.
Já nem tenho o teu número de telefone, já não sei dos teus hábitos, nem sei bem o odor que trazes agarrado á tua roupa
Mas sempre que me telefonam adivinha logo quem me vem ao pensamento ? Adivinha quem eu torço que esteja no outro lado da linha... do outro lado de um fim.
Um fim?!?!?
O fim não existe quando em nós há um propósito            
Fim para mim não existe quando um dissabor é uma dor que toca um violoncelo de fininho, que nos tortura, é certo, mas não é menos certo que o que nos rasga e dilacera também é a dose prescrita de um tão desejado... que nos atiça para todo lado, mesmo que um corpo não esteja inteiramente contemplado por um suor profanado das entranhas ás injurias...

As histórias com um final feliz não existem,
O que existe são saudades da liberdade de um determinado momento


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