segunda-feira, 27 de abril de 2020

MIGUEL TORGA



Aqui na minha frente a folha branca do papel, à espera;
dentro de mim esta angústia, à espera: e nada escrevo.
A vida não é para se escrever.
A vida
— esta intimidade profunda, este ser sem remédio, esta noite de pesadelo que nem se chega a saber ao certo porque foi assim —
é para se viver, não é para se fazer dela literatura.

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