segunda-feira, 13 de abril de 2020

A MATEMÁTICA DO DESAPEGO





Nunca em tempo algum se concebeu na escrita um pensamento, de uma mesma forma. Isto porque os sentimentos nunca pulsam duas vezes, num mesmo registo.

Há que aprender a soltar-se...
Há que aprender a matemática do desapego...
O deixar-se fluir, como uma folha de uma árvore, que sem saber muito bem para onde há de ir deixa-se cair ao acaso, de costas viradas para o mundo.
Há que aprender a desenvenselhar-se dos nós, dos embaraços, das hesitações, dos estorvos dos obstáculos... De nós, mesmos! A desatar as amarras do cais.
Há que aprender a deixar-se ir, para não se repetir nem se desgastar, desse para outro lugar. E sentir a liberdade de poder escolher ser livre.
Há que aprender a fechar os olhos ao escuro,  sem receios do imprevisível e inópinado futuro, que aí vem.
Há que aprender a sorrir, a rir a gargalhar mesmo que compulsivamente. Sem premeditar escolher o momento daquilo que se sente, para traduzir ao universo o pleno das emoções.

Em suma.. 
Há que aprender a nunca esperar pela vaga da vida. Como uma onda tão parecida quanto aquela que este instante aqui rebentou, sob a beira-mar desta praia, no seu ciclo natural das marés.
Acabando no branco da sua espuma por morrer.
Orfã de recordações.




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