sexta-feira, 14 de março de 2014

PULL THE TRIGGER

Com um tiro na cabeça resolvia-se tudo !
Com um tiro na cabeça simplificavam-se tantas coisas
Com um balázio á queima roupa desnudávamos o fundo
Resolviam-se frustrações,
os amores, as invejas, as ilusões
o poder, a fome, o dever,
a dor, a angustia, o viver
a saudade, os sonhos, a liberdade
os receios, os tormentos, os devaneios
E até um futuro...
Mas andar resolvido, também é por assim dizer, andar só uns degraus acima do morrer
É andar morto e rendido, desfalecido de um viver
É boiar em alto mar sem saber bem onde atracar, as cordas ao caís
É viver só por respirar, um fluxo de ar, que ordene ás pálpebras a abertura das membranas
É acomodar-se em demasia ás regras, sem nunca tocar no apetecido
É viajar sob a estrada de alcatrão, perdido, desmotivado e vandalizado pela cotação do barril de petróleo
São intempéries de dias banais que nunca chegam a roçar os festivais das diabruras, com tons de  traquinice
Vamos simplificar ?
Ou queres-te resolver ?
Pull the trigger !

Há sempre alguém que lhe convém, roubar-te o espaço
Há sempre uma coragem guardada e mal resolvida...
Suicida ?
Não...
Suicida não é aquele que se mata
Suicida é aquele que se entrega numa bandeja de prata
Escória que para alcançar a glória,
penhora os seus próprios valores
Pagando o juro com favores
Em troca de uma dignidade
Á muito bandida

Pull the trigger?

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