segunda-feira, 17 de março de 2014

INCÓGNITA

Porque me escrevo não sei
Apenas me cálculo...
Como é sempre um cálculo
a matemática que brota de mim

Conjecturas com fundamento incerto
calculam hipóteses num árido deserto
De haver algures água
E porque não um jardim ?

Suposições aromáticas das cores
Histórias dramáticas imprecisas
Dias descritos sem louvores
Delírio do corpo que me abrigas

Escrevo sem discernir o gesto
Componho sem premiar um depois
Adorno o pormenor de todo o resto
Arrastando singularidades num... caberem dois

Porque me escrevo, não sei
Apenas me cálculo
Como é sempre um cálculo
as matemáticas que assomam de um X

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