Um dia...
O dia será
Sem a duvida de um porquê
O encontro de um abraço
que é cego
mas crê
Na magnitude do toque
de dois corpos que se amparam
Naquele dia
conforme combinado
reconheci-te ao fundo do bar
De pé
No escuro
Indefesa
De braços cruzados
a segurar a certeza
Que em nosso peito à muito já dera flor
Dirigi-me ao teu encontro
rasgando o tempo na perpendicular
Ganhando metros à curiosidade
que nos arrastou com vagar
Para este espaço
reflexo de contentamento
Que ousamos haver...
Que ousamos premeditar
Os sorrisos cumprimentaram-se
Os olhares fundiram-se
Aglutinaram-se
E todos os adjectivos
para nos caracterizar
afunilaram...
Com um hífen
o traço da união
Como que a afastar a suposição
do "se" inicial
Com a certeza umbilical
de um depois
Realizamo-nos num suspiro
Num abraço que fez história
tão bom que o foi concretizar
Que as horas fugiram...
Não as vimos passar
Que o concreto desapareceu...
Do tu mais eu
E o clique do toque
ainda hoje dá choque
na memória ilusória
De tudo o que foi...
Do todo que ficou por contar
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