quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

2 RIOS

No vazio da existência
Lá no cimo das encostas virgens
Onde as nuvens estufam a terra
e o verde do musgo é a lama
A vida emerge por entre dois rios

No chilrear impreciso das águas
Dúvida e Confinaça
rompem da terra
para dar caudal à vida

Como um grito
que ganha eco à nascença
Cada rio faz das suas lágrimas
a força da sua potência
Na vontade de correr
Semeando caminhos
Trilhando cada qual os seus destinos
Improváveis de se alcançar
Simétricos na sua nascente
Siameses no seu definhar

Ávidos de desejo
Galopam  intensamente
ao sabor da corrente
Sedentos em se conquistarem
Intensos como um beijo
Súbitos num acreditar

Lá em baixo
ao longe no imprevisível
Há um horizonte capaz
por alargar
Há a surpresa do triunfo
nas veredas de uma sina
E há um tanto de receio e medo
num amanhã disposto a se adestrar


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