sexta-feira, 23 de abril de 2010
como quem chama por mim
Vejo-te ao longe a sorrir
A vontade de te abraçar é premente
A angustia de não saber o teu cheiro
Hidrata-me o paladar
Faço-te adeus deste lado de cá
Tu olhas
Fixas
E não me vês
Mas eu sei que também me sentes
Aguardo a tua presença como quem chama por mim
Sereno
Na paz
Equilibras-me com a mão e puxas-me com o desejo
Mesmo não estando aí
Eu estou lá!
Presente na bruma dos sentidos
Acolá nos recantos do teu quarto
Dás-me força no teu sorriso
Eu sinto-o deste lado de cá
Inspiras-me na palavra
a dar mobilidade,
á articulação dos meus gestos
quinta-feira, 22 de abril de 2010
DENTE DE LEÃO
Voo alto de uma gaivota
Sorriso maroto de um petiz
Sopro de esperança num dente de leão
Dança de borboleta de flor em flor
É inebriante o amor adolescente
Onde num banco de um jardim
ou num passeio de uma calçada qualquer
tudo se transforma no leito…
Numa pluma de suavidade
em ninho fofo
O comodismo do adulto
está corrompido no arrepio
Já ninguém namora na rua
Já ninguém namora no canto de uma esquina qualquer
Já ninguém se afoga em juras de amor eterno
A coerência que se dá a cada passo
é como um xeque-mate
Em busca de holofotes,
de uma lógica mundana
Já ninguém arrisca amar
A regra do jogo é o comodismo
É a ganância!
Esta conduta é como o algodão doce
Que de algodão não tem nada,
e que de doce…
Até enjoa!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Lobo
Solitário como um lobo
Gosto de ser assim…
Inesperado como um arrepio
Profundo no olhar
Envolvente na respiração
Terno no trato
e doce no toque
Vibrante nas carícias
Misterioso por se alcançar
Gosto de me julgar diferente sem ter justificações para o ser
Sem haver matérias que me distingam
Sem haver amores que me iludam
Sou diferente porque sou…Sinto!
Dar vocabulário ao sentimento é criar uma linguagem única
É distanciarmo-nos dos outros e aproximarmo-nos de nós
Amor é a simplificação que a palavra não explica
É o condensar na forma de quatro letras o eco que na palavra não soa
Amor, é uma forma de ser...
De estar
É ir ao jogo sem ases
É arriscar
O meu amor é assim !
Não é feito de “facilitares”
Não é feito de uma forma British, de esmiuçar o sentimento
Respiro fundo e provo-me em mais um acto de engolir
As palavras ajudam-me a preencher, o muito que ainda não contei…
Fragmentos de sentido que traduzo num Braille meu
Dão luz ao caminho que as minhas mãos compõem
terça-feira, 13 de abril de 2010
Esta lá tudo
Esta lá tudo
Basta sentir
basta…
querer!
Esta lá tudo
a tristeza
a alegria
a inocência
Esta lá tudo
a lágrima k lubrifica
a cor que atrai
a chave que guarda o segredo
Esta lá tudo
Podes sorrir
vestir as mais belas cores
que o teu olhar não mente!
Alimenta-se do prazer genuíno e
das futilidade que o vicio contamina,
como roupa que já passou de moda
Esta lá tudo...
Faz dele uma arma, focaliza o alvo
como quem guarda um beijo.
Aprende a falar num olhar…
Não lhes dês avareza
Vivemos num mundo cada vez mais cego de ver
Vivemos num mundo cada vez mais deserto no sentir
Vivemos cá,
…e cada vez mais, com menos brilho!
segunda-feira, 12 de abril de 2010
lendas do sânscrito
"...As antigas lendas do sânscrito falam de um amor predestinado,
uma conexão de karma entre almas que estão predestinadas a
encontrarem-se e colidir e arrebatar-se uma á outra.
As lendas dizem que a pessoa amada é reconhecida imediatamente
porque é amada em cada gesto,
cada expressão de pensamento,
cada movimento,
cada som e
cada expressão dos seus olhos.
As lendas dizem que a conhecemos pelas asas
– as asas que só nós podemos ver -
e porque deseja-la, destrói a vontade de amar qualquer outra pessoa.
As mesmas lendas advertem também
que tal amor predestinado pode, algumas vezes,
ser a posse e a obsessão de uma,
e apenas uma, das duas almas unidas pelo destino.
Mas a sabedoria, num certo sentido, é o oposto do amor.
O amor sobrevive em nós precisamente porque não é sábio..."
Shataram - Gregory David Roberts
domingo, 11 de abril de 2010
Onde a ponderação faz sentido
Sem pressa de chegar, abraço-te na curiosidade de te alcançar
Sem metas para atingir, iludo-me na vontade de te ver sorrir
Há momentos em que o silêncio canta
Gosto desta melodia !
Gosto de julgar que também escutas
Envaideço-me imaginar que também pensas em mim
A palavra faz sentido quando alcança a lógica das coisas
Sem planos nem artimanhas, voo planando
Lá bem ao fundo…
Onde a linha do horizonte me abraça
Onde a ponderação faz sentido
Onde o meu sentido és tu
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