sábado, 8 de agosto de 2015

GRAVIDADE 0

A pior altura para se gostar de alguém, é nas alturas...  
É sempre nas alturas que a distância nos apequena
É no acto da descolagem de um avião que nos apercebemos, o quanto os pés amam a terra.
E nesse instante acreditamos que até os "pés" podem servir de escala para dar métrica a uma distância que nem com amor os atacadores nos prendem à força da gravidade
Que na realidade é muito mais grave do que apenas uma força de correlação com a terra
A altura pode muito bem ser o momento capaz em que por dentro as entranhas nos revelam
Pode haver nessa atmosfera precisa o comprimento necessário para admitir à pulsação que o bombear de sangue tem muito mais rigor quando um coração é ajudado por uma alma cooperante que lhe dá atenção e vias motivantes, para que os sonhos distantes possam ser melodias na pele, como as Auroras o são para os dias, num sempre e de novo eterno recomeço
É sempre lá em cima nas alturas que somos mais parte de nós. Altura em que nos assomamos da carne para dar voz ao sentimento, a uma moinha que nos dilacera por dentro a capacidade de ir mais além
A altura é lixada!
A distância também. Mas com a distância basta haver pé no amor para que um mesmo caminho se percorra.
Já com as alturas, e sem pé na porra da compostura só o equilíbrio no colo dos braços de alguém, que se por acaso não tiver embarcado restar-nos à, soluçar, engolir em seco e prometer ao amado, no céu um mundo

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