sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DIVAGAÇÕES

A explicação tem o dom de subtrair razão
à liberdade dos corpos que se sonham
Talvez por isso a Matemática nunca tenha sido o meu forte
Nem a Astrologia fora capaz de se irmanar à rosa dos ventos
para me indicar um Norte
Nem a religião houvera ter sido tão precisa
para me tirar o chão e me iludir na ilusão
algures pelos caminhos do além
É caricato como me entendo tão bem
sem saber "o que" convém sequer ao certo
É tão envolvente o meu gesto
quando dormente é o meu corpo no teu
Que tudo o que desejo, imagino que preciso tanto
E no entanto o que me carece só me entristece se na prece
concluo que me doou à angústia
Ao me esmiuçar sem conclusão


Tudo o que faço exerço mesmo sem  me concluir...
Hoje entendo que para me defenir seriam precisos apagar os sonhos
esquecer as saudades e adormecer por dentro a liberdade
de querer aquilo que na verdade
meu já mais um dia fora

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