Ao longe, perdes-te de vista
Nessa estranha forma de dar ângulo
a um olhar trapezista
Lá ao fundo
onde o horizonte se esconde
Ignoras a vida a passar
Disperso...
Respirando parcamente o ar
Como se a desatenção te alimentasse o devaneio
Como criança que brinca
á espera do toque, da hora do recreio
(De uma corrida desenfreada, da cabra cega animada, ou uma de qualquer traquinice)
Mesmo que por vezes te mintas
Respirando fundo o segundo das fintas
És driblado pelos dias
Na tranquilidade e pelas calmarias
com que a paz te ilude, a atitude
a se aninhar, no fofo do pensamento
E ignoras...
Ignoras, ignoras, ignoras
Ignoras as súplicas das vozes
e das auroras
Ignoras tudo
e nada te escapa ao ignorar
Ignoraste tanto, porque sabes o entanto
do momento lá atrás
onde te vi a ficar
Onde te encontras
Os dias são sempre curtos
Os afazeres, fazem-se devagar
Quando calha !
E a noite... Adormece sempre antes de ti
Não vá haver manhã que te peça ao sopro
clarear as cinzas de uma nova alvorada
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