Ao longe, perdes-te de vista
Nessa estranha forma de dar ângulo
a um olhar trapezista
Lá ao fundo
onde o horizonte se esconde
Ignoras a vida a passar
Disperso...
Respirando parcamente o ar
Como se a desatenção te alimentasse o devaneio
Como criança que brinca
á espera do toque, da hora do recreio
(De uma corrida desenfreada, da cabra cega animada, ou uma de qualquer traquinice)
Mesmo que por vezes te mintas
Respirando fundo o segundo das fintas
És driblado pelos dias
Na tranquilidade e pelas calmarias
com que a paz te ilude, a atitude
a se aninhar, no fofo do pensamento
E ignoras...
Ignoras, ignoras, ignoras
Ignoras as súplicas das vozes
e das auroras
Ignoras tudo
e nada te escapa ao ignorar
Ignoraste tanto, porque sabes o entanto
do momento lá atrás
onde te vi a ficar
Onde te encontras
Os dias são sempre curtos
Os afazeres, fazem-se devagar
Quando calha !
E a noite... Adormece sempre antes de ti
Não vá haver manhã que te peça ao sopro
clarear as cinzas de uma nova alvorada
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
domingo, 26 de janeiro de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
MURÍDEOS
Tudo o que não é objectivo rouba-nos tempo, espaço e direcção
O problema de Portugal é não ser directo !
Quer na compreensão de avistar um caminho
quer numa compreensão de premiar infractores
O problema em Portugal é um problema que não é matemático
É uma equação que não vêm nos números
O problema de Portugal é mesmo dos números !
É ter na presidência de um país um professor de economia
O problema de Portugal é acatar democraticamente uma diplomacia
E ter nesses autocratas o binómio da solução,
problema/ resolução, que só nos causam dolo
O problema de Portugal é admitir um difícil justificar
E obedecer respeitando a um difícil entender
O problema em Portugal é aceitar as culpas com as desculpas
desculpabilizando os culpados de um modo subserviente
O problema de Portugal é de direcção
É estar perdido de sentido e de vozes de governação
O problema de Portugal é de "famílias morídeas"
São ratazanas de fato e gravata
que trabalham mais no escuro
"À socapa"
do que no dever de defender os interesses de uma nação
Vamos votar ?
Vamos dar lógica ao voto
dando voz à ignorância que não tem importância
quando "nos gastam por impostos" nas eleições
E outras tantas quantas perversões
Vamos votar ?
Vamos dar relevância a quem amanhã não nos dá importância
nem um pingo de segurança de um Portugal melhor
Vamos votar ?
Ou vamos assinar a cruz para que um aí Jesus
amanhã nos espete os pregos
O problema do meu pais é talvez um problema ferroviário
Pouca terra, pouca gente, pouca terra, pouca gente...
É ter pouca terra
E ter gente pouca
(...)
O problema de Portugal é não ser directo !
Quer na compreensão de avistar um caminho
quer numa compreensão de premiar infractores
O problema em Portugal é um problema que não é matemático
É uma equação que não vêm nos números
O problema de Portugal é mesmo dos números !
É ter na presidência de um país um professor de economia
O problema de Portugal é acatar democraticamente uma diplomacia
E ter nesses autocratas o binómio da solução,
problema/ resolução, que só nos causam dolo
O problema de Portugal é admitir um difícil justificar
E obedecer respeitando a um difícil entender
O problema em Portugal é aceitar as culpas com as desculpas
desculpabilizando os culpados de um modo subserviente
O problema de Portugal é de direcção
É estar perdido de sentido e de vozes de governação
O problema de Portugal é de "famílias morídeas"
São ratazanas de fato e gravata
que trabalham mais no escuro
"À socapa"
do que no dever de defender os interesses de uma nação
Vamos votar ?
Vamos dar lógica ao voto
dando voz à ignorância que não tem importância
quando "nos gastam por impostos" nas eleições
E outras tantas quantas perversões
Vamos votar ?
Vamos dar relevância a quem amanhã não nos dá importância
nem um pingo de segurança de um Portugal melhor
Vamos votar ?
Ou vamos assinar a cruz para que um aí Jesus
amanhã nos espete os pregos
O problema do meu pais é talvez um problema ferroviário
Pouca terra, pouca gente, pouca terra, pouca gente...
É ter pouca terra
E ter gente pouca
(...)
Todos os politicos que se distinguem pelo incumprimento do dever
Todos os pregos seriam poucos
Para que pingassem as lágrimas daqueles que no sufoco
lambem um prato vazio sem gosto
Desgraçados sem haver do que comer
Desgraçados sem haver do que comer
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
A MINHA VOZ
A minha voz é a irmã da escrita
É delas a mais frágil
a menos bonita
Mas é a mana mais sincera
a mais espevita
Diz tudo o que lhe vem à garganta
A minha voz
muito embora menos atrevida
É a mais efusiva
A menos adornada
A mais tímida...
Ela cora e fica atrapalhada
Engasga-se e soa a cana rachada
Por se sentir ouvida ao ser usada
Então cala-se e é comida
Numa boa parte dos silêncios que engulo
A minha voz
é órfã de pai e mãe
Nunca lhes conheci os seus progenitores
Ainda assim adoptei-a
Assumindo todas as responsabilidades
Caso algum dia por oralidades
saia à rua de formas menos precisas
A minha voz é irmã da escrita
E hoje é ela que se serve do traço
para se sentir a mais bela
A mais bonita
Quando se soletra e se dita
em seus modos de composição
Ao se aninhar na (tua) atenção
Pelo ressoar de um (meu) pensamento
É delas a mais frágil
a menos bonita
Mas é a mana mais sincera
a mais espevita
Diz tudo o que lhe vem à garganta
A minha voz
muito embora menos atrevida
É a mais efusiva
A menos adornada
A mais tímida...
Ela cora e fica atrapalhada
Engasga-se e soa a cana rachada
Por se sentir ouvida ao ser usada
Então cala-se e é comida
Numa boa parte dos silêncios que engulo
A minha voz
é órfã de pai e mãe
Nunca lhes conheci os seus progenitores
Ainda assim adoptei-a
Assumindo todas as responsabilidades
Caso algum dia por oralidades
saia à rua de formas menos precisas
A minha voz é irmã da escrita
E hoje é ela que se serve do traço
para se sentir a mais bela
A mais bonita
Quando se soletra e se dita
em seus modos de composição
Ao se aninhar na (tua) atenção
Pelo ressoar de um (meu) pensamento
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
ANAGLIPTOGRAFIA
O MELHOR DA VIDA
O melhor da vida...
São os actos que se escondem da perfeição
São os pensamentos que fogem do nexo
As banalidades que banalizadas
passam dissimuladas
dos dias em que atentos somos ignorados ao extremo
O melhor da vida...
São as errâncias da interrogação
São os beijos que nos olhos fechados se escondem
E os sentimentos interpretados em cada gesto
isentos de contemplação
O melhor da vida...
São nos extremos que se difundem
São as distâncias que se percorrem com o pensamento
E tudo aquilo que não consta mas poderia constar
para albergar tanta loucura
O melhor da vida...
São as palavras que enternecem a fome
São as águas da chuva que afogam a sede
e os dias que entardecem ao sol...
Satisfeitos
Ignorantes de um seu entendimento
São os actos que se escondem da perfeição
São os pensamentos que fogem do nexo
As banalidades que banalizadas
passam dissimuladas
dos dias em que atentos somos ignorados ao extremo
O melhor da vida...
São as errâncias da interrogação
São os beijos que nos olhos fechados se escondem
E os sentimentos interpretados em cada gesto
isentos de contemplação
O melhor da vida...
São nos extremos que se difundem
São as distâncias que se percorrem com o pensamento
E tudo aquilo que não consta mas poderia constar
para albergar tanta loucura
O melhor da vida...
São as palavras que enternecem a fome
São as águas da chuva que afogam a sede
e os dias que entardecem ao sol...
Satisfeitos
Ignorantes de um seu entendimento
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
LIBERTINO
A loucura só existe e persiste
por sermos tão normais
Quando a tesão grita por dentro
a raiva segreda á paixão
que o corpo é o alimento
e o sal é a cura
O desejo
é então pintado em tons quentes
De vermelhos incandescentes
Ruborizando as carnes nuas
de enclausurados pensamentos
O libertino é invocado
cuspido e escarrado
numa deliciosa imoralidade
O sentimental é arrancado da compostura
A delicadeza é esbofeteada sem ternura
E o sensato deixa de ser exacto
para dar lugar a um imediato
tão longe da compreensão
Grunhidos gemem lânguidos
alimentando as almas
com movimentos ininterruptos
Compulsivos
Odorizando os espaços
Enobrecendo as formas
na coreografia dos actos
Os beijos mordem-se
As mãos beijam-se
Os corpos fluem
O sexo lateja
O prazer é solto
esticado ao infinito
É livre !
Desembaraçado do conflito
É suor !
E no ar
jazem agora os corpos
Humedecidos
Soltos das amarras
enraizadas no chão
Extasiados
arranhados e rendidos
Saciados na neblina dos sentidos
Acreditados numa fé plena
de ter transgredido
uma moralidade
Pelo inteiro da satisfação
Toda a loucura é uma composição extrema
que procura uma cura
num solido sustento
por sermos tão normais
Quando a tesão grita por dentro
a raiva segreda á paixão
que o corpo é o alimento
e o sal é a cura
O desejo
é então pintado em tons quentes
De vermelhos incandescentes
Ruborizando as carnes nuas
de enclausurados pensamentos
O libertino é invocado
cuspido e escarrado
numa deliciosa imoralidade
O sentimental é arrancado da compostura
A delicadeza é esbofeteada sem ternura
E o sensato deixa de ser exacto
para dar lugar a um imediato
tão longe da compreensão
Grunhidos gemem lânguidos
alimentando as almas
com movimentos ininterruptos
Compulsivos
Odorizando os espaços
Enobrecendo as formas
na coreografia dos actos
Os beijos mordem-se
As mãos beijam-se
Os corpos fluem
O sexo lateja
O prazer é solto
esticado ao infinito
É livre !
Desembaraçado do conflito
É suor !
E no ar
jazem agora os corpos
Humedecidos
Soltos das amarras
enraizadas no chão
Extasiados
arranhados e rendidos
Saciados na neblina dos sentidos
Acreditados numa fé plena
de ter transgredido
uma moralidade
Pelo inteiro da satisfação
Toda a loucura é uma composição extrema
que procura uma cura
num solido sustento
domingo, 5 de janeiro de 2014
EUSÉBIO
Na singularidade do eu
houve um dia um Zé
que concedeu à nação
o espaço de uma vida
Eusébio
05/01/2014
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
PÕE-TE A JEITO
Põe-te a jeito
não tenhas medo
de revelar os segredos
que no olhar sonegas
Dá-me o tom
não tenhas receio
de me acenares o devaneio
O desejo que menosprezas
Olha para mim
e diz-me que sim
Atraí-me à volúpia
Em modos de prelim pim pim
No jeito do teu pestanejar
não tenhas medo
de revelar os segredos
que no olhar sonegas
Dá-me o tom
não tenhas receio
de me acenares o devaneio
O desejo que menosprezas
Olha para mim
e diz-me que sim
Atraí-me à volúpia
Em modos de prelim pim pim
No jeito do teu pestanejar
Põe-te a jeito
não tenhas medo
De me entregar o enredo
para uma nova história
haver começar
Põe-te a jeito
e solta-te no espaço
Para que o nó de um embaraço
se desmultiplique
Proporciona
Permite-te
Consente
Põe-te a jeito!
não tenhas medo
De me entregar o enredo
para uma nova história
haver começar
Põe-te a jeito
e solta-te no espaço
Para que o nó de um embaraço
se desmultiplique
Proporciona
Permite-te
Consente
Põe-te a jeito!
2014
2014 vem aí
E mesmo sem ter nada ensaiado para lhe escrever...
Acho que só me resta o desejar
para aprender
Que os dias que vierem a anoitecer
indicando a direcção
Sejam vividos com mais sabedoria
mais atenção
e mais alegria
Para que sentimentos se concedam
Que os dias que vierem a anoitecer
indicando a direcção
Sejam vividos com mais sabedoria
mais atenção
e mais alegria
Para que sentimentos se concedam
CIÚME
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