sábado, 20 de agosto de 2011

O som da palavra


Ninguém rouba o som à palavra
Apenas a escrita propaga esta penitência
Ocultando a fonética
e esticando a razão

Tocar alguém com a palavra
É como beijar de olhos fechados
Difundindo a compreensão
Na noite que o dia não vê

É num abraço
crer para lá de um verso
Que acolhe perverso
a ausência de uma rima
É folha que baila no ar
Ao ritmo de uma página cifrada
Que a todos toca
...num quase nada
Sob diferentes melodias

Compor a palavra
É dar sentimento
à lágrima que salga o rosto
É dar paladar
ao verso com odor a gosto
É dar nobreza à voz
que cala um tempo
E manifestá-la
Na espontaneidade do traço
A sagacidade de um só momento

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