segunda-feira, 6 de junho de 2011

Espaços de tempo


Pendurei na parede do quarto
um quadro com as palavras que te escrevi
Para soletrar no escuro
a penitência dos meus dias de acerto

Do texto que compuseste
fiz dele a minha tabuada
Para que em nossa aritmética
o resultado fosse sempre divisível
E que a liberdade no espaço
se traduzisse em aperto doce, em nosso leito

Sem ti nada disto seria possível
Eu não seria o hoje
nem tu nem nós seriamos o amanhã
Mas seriamos seguramente alguém
Gente diferente em nossos sonhos
Pessoas destintas em nossas cores
Individualidades variadas...
no gosto que um gesto lhe confere

Este texto também não existiria
nem haveriam palavras lúcidas para o explicar
Por isso traduzo momentos
Para que os vazios confiram conexões
coerentes em suas evidências

Por vezes sem lógica mas com muita razão
Há espaços de tempo que ficam eternizados
muito antes da palavra... ser dia

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