terça-feira, 13 de julho de 2010

COLETE DE FORÇAS


A angústia e a mesquinhez deram as mãos
Ávidas de fome trazem a justiça de trela ao pescoço
Sedentos de desejo, justo e o pecador fundem-se num só
E o sentimento envergonhado desaparece
Deixando o aspecto monetário demandar a ganância dos homens

Doutorados no martelo
Eles vão vomitando leis e artigos
Enquanto a arrogância batuca na mesa injustiças...
Magistrados na sensibilidade de umbigo
Penitenciam a sua bíblia de uma forma unilateral
Despachando e arquivando mágoas e traumas
Que os fármacos não auguram remédio
E ao longe o louco grita... Linhaaaaaaa!

Alucinado pela taluda

O cão foi libertado da corrente
A angústia e a mesquinhez
ficaram mais sós
E o amor não conseguindo ganhar ódio
Enraíza-se na terra
ganhando dor

Valha-nos a sanidade dos loucos
Vestir o colete-de-forças
Segurar a lágrima e controlar o sentimento
Que de envergonhado grita baixinho em si só
... Bingo

2 comentários:

  1. Consegues numa bela dança de literatura fazer justiça á injustiça que a justiça se tornou.
    Descreves na perfeição a dor que o injustiçado sente no seu silêncio atroz.
    O simbolo da justiça é suposto ser imparcial, não distinguir o sábio do analfabeto, não distinguir o detentor do poder do desamparado.
    Mas e aqueles que têm o poder de bater com o martelo serão eles imparciais? O são somente detentores do poder?

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  2. Obrigado pelas tuas palavras... realmente levantas questões "pertinentes"...
    Só quem já "bebeu" dela sente a insatisfação preveniente da "martelada justa", que contempla tudo menos justiça

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