quarta-feira, 22 de maio de 2019

O PÃO




O amor já mais se conjugará na 3° pessoa do singular  
 Enquanto  não houver emoção nem vagar para educar o passo
 à dança da mesma canção.

Não  vamos perder mais tempo!
Não vamos fingir levar à boca do alimento,
que não seja mesmo
o pão.

...bora dançar?

segunda-feira, 20 de maio de 2019

A PESTE DO SÉCULO


Anda tudo louco.
Já tudo lhes sabe a pouco, na incessante luta por um reles like.
Vale tudo por "um troco "....
Vale até ridicularizar a mãe, expondo o sofrimento dela numa tela , da sua luta diária e constante para por alimentos dentro de uma panela. E o que dantes não se contava a ninguém hoje grita-se aos sete ventos "como quem dá aquele milho aos pardais".
A realidade de hoje em dia é esta, desonesta na sua essência de valores  fundamentais.
Hoje sem nunca ter-se sido ninguém, quer-se a todo custo ser mais do que os demais.
Por um like, há quem faça de tudo!
Há quem nunca foi nada de nada, e sente uma tremenda pancada de à força, querer ser alguém. Querer ser literalmente uma estrela.
Sem nunca na verdade a realidade o homem bem entende-la...
Tu like-me, ou tu não like-me?
Será mais ou menos assim, o rumo da nossa história, cada vez mais pobre de um passado bem passado, onde havia mérito... havia glória.
Até que um dia esta virtualidade passe e se desgaste, e o que era dantes relevante passa a ser não fundamental.
Uma espécie de doença suprimida, endêmica, uma peste negra que devastou um tempo tridimensional.
Que dizimou em dada altura uma existência tão inexistente, a troco de uma ficção tão  funesta, ignóbil e doentia.

*Hoje propositadamente, esqueci-me do telemóvel em casa. Apenas para poder voltar a viver ao minuto, uma realidade à muito adormecida.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

PERDOAR




Perdoar é a maior prova de amor que uma relação pode alcançar,
seja ela nesta ou noutra vida.
Perdoar não é para todos, eu bem sei, mas como é fácil de entender,
dignifica...

Distanciaram-se com a mesma rapidez com que um dia se aproximaram...
Intensamente!
Deram-se a provar a outros corpos,
A outro tipo de gente
Prostituindo-se,
numa cegueira sem fim.
Negligenciaram um amor verdadeiro na história das suas vidas.
E hoje na memória, sem estarem bem esquecidas, ainda se lembram um do outro, mas já nada sabem bem de si!

Envelheceram...
Choraram...
Adoeceram...
Com a certeza de que nunca se esqueceriam daquele amor sem fim.
Daquele "amor para a vida" que tanto  se prometeram.
Aquele tipo de amor "de era uma vez"
com pós de "perelim pim pim"
Enfim!


Só depois de se perderem no mundo, já bem tarde e rendidos é que entenderam,
que perdoar é não querer perder.
Perdoar é ter a humildade suficiente de perceber que há tanto amor por dentro incapaz de o asfixiar.
Perdoar é entender que para viver não basta só estar vivo.
É  acatar que vale a pena ouvir, abraçar, ceder...
É no fundo entender que andar nesta vida a padecer insatisfeito não é viver,  mas sim sobreviver na sua própria cárcere, apresionado a um castigo.

Perdoar é libertar-se.
Perdoar é a maior prova de amor que um homem pode alcançar.
Seja ela qual for a sua medida.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

IMORAL?



O prazer nunca é imoral!
       O que não é normal e está fora de prazo, 
                                  é o homem.
Que arranja moralidades e subterfúgios
para na sombra de pecado se esconder.

"Nao faça nenhuma coisa imoral por razões morais" . (Thomas Hardy)

Nem pratique a moralidade do concelho
se a própria conduta tem receio,
dos cacos,
do seu telhado de vidro.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

DIRECÇÃO


A direcção podia ser encarada como uma distância mas, 
o seu instinto segredava-lhe outros caminhos... 
O compromisso.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

DOMINGOS



Eu, tu, uma tortilha e tinto
O que mais um fim de semana pode querer...

Vamos ser domingos até ao meio dia ?

quinta-feira, 4 de abril de 2019

DESENCANTO



Hoje em dia, publicar fotos e mensagens na internet é como se fazia antigamente, escrevia-se num papel um pensamento, uma ideia, uma declaração de amor ou um desejo que seja, e depois, bem depois, com muito jeitinho enrolava-se o papel afunilando--o de modo a caber pelo gargalo de uma garrafa de vidro (de preferência uma garrafa verde escura) E em jeito de promessa, selava-se com uma rolha este segredo. Ganhando depois metros e coragem para o derradeiro arremesso, que se esperava ser autêntico e triunfante.
Atirando deste modo a garrafa, com toda a força e pujança, de encontra à linha do horizonte, até beijar as ondas do mar. Só que não...

Hoje em dia tudo caí por terra!
Falta tanta coragem e decisão a este século, tanto comprometimento e romântismo, falta tanta vergonha...
Estamos todos tão dispersos e ao mesmo tempo tão centrados e cegos, só no eu que, creio que o mar( via de comunicação) que outro'ra nos fazia tanto sonhar, é hoje um espaço adoentado e mal explorado pelo homem que se eclipsou num hábito, numa inércia incapacitante e insana  de rápidos retornos numa complossividade de se auto deteriorar.

Hoje em dia, arrancamos desejos de costas viradas para o mar, igoistas sem nos importarmos e lembrar, de que este mesmo mar na história já nos deu tanto!