quarta-feira, 12 de agosto de 2020

DE PASSEIO A PASSEIO




Não há amor mais bonito de ver do que duas mãos enrugadas a tremer,
a atravessar uma estrada,
 de mãos dadas uma na outra, 
entrelaçadas, 
a cambalearem a custo pelo alcatrão da cidade sem se largarem, 
ajudando-se mutuamente até chegar à calçada, 
do outro lado de um passeio.

*Hoje enquanto conduzia por Lisboa,
compus este devaneio...
 Depois de parar o carro para dar passagem a um amor destes,
de passeio a passeio.
 De mãos dadas e enrugadas pela cumplicidade  sem prazo de validade,
pelo mesmo anseio.
Por uma vontade infinita.

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