sábado, 22 de fevereiro de 2020

O DEUS DAS PEQUENAS COISAS




Até me perderes o sabor...
Buscarás em cada corpo um pouco do que foi a nossa história
Suplicarás aos 4 ventos o aroma de cada momento
em que os teus labios não roubaram os meus.
Procurarás o prazer de me ter como o mais agnóstico dos ateus, que por não ter acreditado na fé da religião, acabará um dia por desmorenar no turbilhão dos sentimentos, num sempre e eterno insatisfeito.


Até me perderes o sabor...
Todas as canções teram a direção da essência, das meloias de mim
Toda a linha do horizonte te fará lembrar esse amor de olhar enamorado, cumplice e apaixonado, com que acordavas os teus dias com o mesmo optimismo, de um sim
E tudo te vai saber a pouco para te convenceres de que..
Há um sabor que em nós não se fabrica, por mais que se provem outras castas


Até me perderes o sabor...
Já mais saberás dar o devido valor ás pequenas coisas, ao que realmente importa
Perpétuarás confusa a dar razão às dúvidas, abrindo e reabrindo outras portas
Já mais encontrarás em alguém a mesma atenção com que a saudade te assoma, ao reivindicar-te a verdade à luz da razão, a não querer ir embora


Até me perderes o sabor...
Serás assim
Uma espécie de gente, falsa que não sente o calor
Um vulto ao sabor do vento, destituído das suas formas
Uma sílaba, sempre pronta para se conjugar na palavra mas sem nunca chegar para ser lembrada, e distinguida, no decurso de uma frase






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