quinta-feira, 28 de março de 2013

AMOR ERRANTE

De costas voltadas
Eles eram amantes
Daqueles amores errantes
que o vermelho do sangue
um dia fez juras eternas

De um lado e do outro
Eles foram noite e dia
Eram manhãs nubladas
cobertas de apatia
E finais de tarde
famintas por covardia
Intensas de saudade

De cidades opostas
Eles viveram distantes
Vaguearam-se moribundos
Sem nunca se encontrarem
lá no fundo
Aquele lugar em concreto
Sem admitirem
jamais
em tempo algum
o alimento...
Que da terra não cresce

O tempo foi sangrando
As noites em claro
Contabilizando
O vigor a esmorecer
Hoje
Tal qual outr`ora
Eles continuam amantes
Do  tipo
Amor errante
Que doente se nega à cura
Cansado
e carente...
Por se entristecer

Toda a contrariedade precisa da fragilidade para existir
De cobardia para fluir
E de uma boa dose de ignorância para se manter


Sem comentários:

Enviar um comentário