quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

gritos mudos


A falta de humanidade difunde-se no asfalto
Intoxicando e desprezando a natureza humana
O grito inocente já não contagia
Compor respeito e inspiração que dilate a menina do olho
É como encher os pulmões e gritar de baixo de água

Há pessoas que continuam a gritar...
Que choram por justiça
Que solução por piedade
Que calam pela fobia do medo
Que destilam sangue sempre que mais uma pedra lhes acerta
Que sofrem torturas por manter a tradição
Que sucumbem na fé... do apedrejamento

Há pessoas que calam
Que ignoram a desumanidade
Que compactuam com a barbárie
Que comungam de mãos nos bolsos a indiferença
Há pessoas que aceitam a crueldade de garfo e faca na mão

O eco propaga-se e causa vibração
Nas mais belas colinas do topo do mundo
Redigir um texto contagiante
Capaz de oscilar com as estruturas da estagnação
E remover a toalha do desacerto
É profilaxia que busco na palavra

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