sábado, 15 de junho de 2024

NOS PONTEIROS DA SATISFAÇÃO



Todos temos uma particularidade inata, para além de muitas outras particularidades, de nos identificarmos com uma determinada hora do dia, vai-se lá saber bem porquê. Em que viver nos dá mais prazer, mais alegria, independente de que dia da semana for...

Talvez pensar nesses momentos e enumerar alguns tópicos para que se consiga identificar as razões para que determinada hora seja a nossa hora do dia, possa alargar mais o timingue de tal satisfação.

Talvez saber este nosso momento, possa mudar o cariz das nossas decisões, para que os dias não sejam carregados de banalidades que roubam mais do que nos acrescentam tonalidades ao nosso viver.

Já sabes a tua hora do dia?

Se apenas desconfias, experimenta limpar a apatia com que houves o tic-tac da tua respiração, para assim poderes apurar e acrescentar um pouco mais de um palmo, e assim poder alargar, o raio da tua percepção.

(...)

Enroscados no sofá, aproveitando o quente dos corpos para desinflamar o peso da alma. Depois de lhe ter preparado o jantar, em que ela repetiu uma e outra vez, até não haver mais vestígios de migalhas de pão. Num de repente, no pico da leveza da satisfação, ela solta no ar o seguinte dizer, em tons de  afirmação...


"Esta é a hora do dia em que gosto mais de viver."


Respirei fundo, olhei para o relógio do telemóvel satisfeito, e pus-me a escrever...


sábado, 8 de junho de 2024

RESPIRA FUNDO!

Quando um dia, ao desfolhar um livro para ler, os meus olhos já não tiverem a mesma mestria e capacidade de descobrir as palavras por entre o carrossel das sílabas, espero nesse momento, ir ainda a tempo, de pedir desculpas e fazer as pazes com os sentidos... 

Por nem sempre lhe ter dado ouvidos, aromas, toques e o gosto que toda a fome implora.




A hora para se acertar não depende apenas de um único e longo ponteiro de um relógio de pulso, tal como o caminho não depende apenas da visão para se guiar.


Respira fundo, pela frente ainda há muito mundo para sentir... Para contestar!

terça-feira, 4 de junho de 2024

MIA COUTO


"A fadiga que sentimos não é tanto do trabalho acumulado, mas de um quotidiano feito de rotina e de vazio. O que mais cansa não é trabalhar muito. O que mais cansa é viver pouco. O que realmente cansa é viver sem sonhos".


Mia Couto,

 "O Universo Num Grão de Areia"