Abraçados, entrelaçados pelo frio
Aninhados na cama corpo na pele,
Num roçar doce e escorregadio
O telemóvel desperta, são 6:30
É hora de ir trabalhar
O morno dos corpos reclama, espreguiça...
Como uma ferida que ao ser coçada não pára de se inflamar
Pedes-me mais 5 minutos, eu cedo
Como uma criança traquinas, sempre disposta a brincar
Afagas-me com as tuas mãos os cabelos, eu tremo
Como um peixe fora de água, desastrado,
Sôfrego por respirar
O dia lá fora grita por nós, sabias?
Mumuro-te eu ao ouvido, já com uma vontade louca de roubar da tua boca a profundidade dos suspiros.
O sorriso rasga-te o rosto enquanto o teu corpo espreguiça libertando-se do sono, dando aos gestos a liberdade do improviso de acordarmos convictos em mais uma manhã despidos de preconceitos e de pudores.
Vamos fazer amor no chuveiro enquanto lá fora o mundo inteiro se ignora e se atropela,
na correria maquiavélica,
da sua ida para o trabalho?
Os teus olhos abriram-se num ápice e o esquerdo contrariando o gesto voltou-se a fechar,
piscando o olho profundamente,
dizendo-me que sim!
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