segunda-feira, 7 de junho de 2021

MADRUGADAS ENTRELAÇADAS






Abraçados, entrelaçados pelo frio
Aninhados na cama corpo na pele, 
Num roçar doce e escorregadio 
O telemóvel desperta, são 6:30
É hora de ir trabalhar 
O morno dos corpos reclama, espreguiça... 
Como uma ferida que ao ser coçada não pára de se inflamar

Pedes-me mais 5 minutos, eu cedo
Como uma criança traquinas, sempre disposta a brincar 
Afagas-me com as tuas mãos os cabelos, eu tremo
Como um peixe fora de água, desastrado, 
Sôfrego por respirar

O dia lá fora grita por nós, sabias?
Mumuro-te eu ao ouvido, já com uma vontade louca de roubar da tua boca a profundidade dos suspiros. 
O sorriso rasga-te o rosto enquanto o teu corpo espreguiça libertando-se do sono, dando aos gestos a liberdade do improviso de acordarmos convictos em mais uma manhã despidos de preconceitos e de pudores.

Vamos fazer amor no chuveiro enquanto lá fora o mundo inteiro se ignora e se atropela, 
na correria maquiavélica, 
da sua ida para o trabalho?
Os teus olhos abriram-se num ápice e o esquerdo contrariando o gesto voltou-se a fechar, 
piscando o olho profundamente, 
dizendo-me que sim!






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