Na gravilha desta estrada
vou compondo no alcatrão poemas
Para que os caminhos não sejam tão distantes
Nem as paixões uma contrariedade
Nas paredes da cidade
vou escrevendo canções de amor
Para que as andorinhas
voltem sempre com a Primavera
a construir os seus ninhos
sob os beirais
A cada passo que dou
vou compondo na terra fados
Para que calcados
Sejam semeados...
Rebentos
Num abraço
com aromas a manhãs de verão
No litoral deste olhar
vou alinhavando quadras...
Molhadas de sentimento
Para que as vagas do tempo
não sejam por nunca lamentos
Mas sim lembranças
Momentos
Dos dias que passaram
e que ficaram...
Em olhos lacrimejantes de petiz