sexta-feira, 18 de maio de 2012

SUOR


Moldo-me à pele
do teu traço
por me querer essência
Matéria odorífera
a flutuar...
Suspensa
Sob corpos nus
que se subtraem
e se atropelam...
Por entre lençóis
que amarram
e novelam
O orvalho
na teia de um suspiro

Adoro pingar de um sangue que é teu
Coagular nas paredes
os movimentos abstractos
Perspectivas
alusivas
à dinâmica dos retratos
Das posições sutricas
subordinadas...
Ao ritmo incessante do prazer

Entorno a cabeça ao céu
e apanho-te no extremo de um grito
Num êxtase molhado, prolongado e aflito
Em conter toda a satisfação
que da carne fermenta
Numa pele que não aguenta
A febre que do sal se escapa

Na cama semeados
Ficámos literalmente prostrados
Extasiados
A contemplar um tecto...
Pintado
Abóbada Sistina aguarelada
Geometricamente pintada
Por emoções
que a lógica
jamais irá um dia alcançar

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